Sanfoneiro... é o único que nunca é o mesmo!

O que salta:

 "SANFONA É O TOQUE DO MUNDO DE DENTRO. (...) ONDE HÁ FORRÓ, HÁ UMA ALEGRIA TÃO ESPREMIDA ENTRE A DOR E A TRISTEZA, QUE CHEGA A SER UM MILAGRE, VER (...) O RISO DERRAMADO, CORRIDO, QUE QUASE NÃO SAÍA, MAS ACABOU SAINDO. ARREBENTANDO A RUDEZA

(...) SANFONEIRO É PROFETA E AO MESMO TEMPO É BOÊMIO. (...) SANFONEIRO É CHAMADO PARA AS HORAS MAIS SUSPEITAS E COMPLETAMENTE ESQUECIDO NA MESMINHA HORA.

(...) E O MESMO SANFONEIRO (...) É O ÚNICO QUE NUNCA É O MESMO. "



 
Vídeo q completa a poesia, no início:

http://www.youtube.com/watch?v=gKVavm_QiZ4&list=PL8BvuFh2pUlEMTHXBdzc4gA--XDvEIa8v&index=9


Poesia completa:

"SANFONA É INSTRUMENTO DE POBRE. PRODUZ SOM MAIS BONITO NO MEIO DA FEIÚRA QUE CAUSA A PRECISÃO. SANFONEIRO. TODO ELE É UM SOFREDOR. FAZ A ALEGRIA DE TODO MUNDO, GANHA POUCO – QUANDO GANHA, E NÃO LHE DÃO O VALOR QUE MERECE. O POVO SÓ TEM A SANFONA COMO ALENTO. É UM POVO DE UM LUGAR LONGE DE ONDE CHEGA TUDO. DE ONDE CHEGAM NOVIDADES DO MUNDO DE FORA. SANFONA É O TOQUE DO MUNDO DE DENTRO.

ONDE HÁ SANFONA, HÁ POEIRA. ONDE HÁ FORRÓ, HÁ UMA ALEGRIA TÃO ESPREMIDA ENTRE A DOR E A TRISTEZA, QUE CHEGA A SER UM MILAGRE, VER NOS ROSTOS SOFRIDOS E ENCARDIDOS, O RISO DERRAMADO, CORRIDO, QUE QUASE NÃO SAÍA, MAS ACABOU SAINDO, ARREBENTANDO A RUDEZA, CAÍDO EM TORRENTE ATRÁS DA SANFONA

PODE NÃO SE DAR CONTA, O POVO DO LUGAR E O POVO DE FORA. MAS SANFONEIRO É UMA COISA POR DEMAIS IMPORTANTE, É O ESSENCIAL. A NECESSIDADE BÁSICA E O LUXO DAS HORAS BOAS. SANFONEIRO É PROFETA E AO MESMO TEMPO É BOÊMIO. CÚMPLICE DA VAGABUNDAGEM. SANFONEIRO É CHAMADO PARA AS HORAS MAIS SUSPEITAS E COMPLETAMENTE ESQUECIDO NA MESMINHA HORA.

MESMICE É O RETRATO DO LUGAR, E O MESMO SANFONEIRO, DAS MESMAS HORAS, DO MESMO SOM, DAS MESMAS NOTAS REPETIDAS E MAL DADAS, DA MESMA PUXADA, É O ÚNICO QUE NUNCA É O MESMO. QUEM QUER QUE VIVA ISSO TUDO, QUE QUASE NÃO É NADA, SABE O QUANTO TEM SERVENTIA UM SANFONEIRO."