Karla Monteiro, do que aconteceu de assombroso ontem.
A sede do observatório de favelas fica na Maré.
"Em janeiro eu comecei a trabalhar no Observatório de Favelas. Conheci
de perto uma das organizações mais interessantes e ativas do Rio de
Janeiro, um lugar de produção de pensamento e de formação de cidadãos,
no sentido mais amplo da palavra. Em 15 anos de jornalismo, jamais me
deparei com tamanha força, tamanho desejo de formar e informar. A Escola
de Fotógrafos Populares e a Escola de Comunicação Crítica, ambos
projetos do Observatório, despejam jovens politizados, intelectualizados
e dispostos a criar um canal de comunicação direto com a população - e
principalmente dispostos a produzir arte engajada. Neste momento, acabo
de receber um telefonema desesperado da jornalista Sil Bahia, da
Comunicação Institucional do Observatório, me informado que a sede da
organização está sitiada pelo BOPE. Bombas caíram dentro do prédio,
tiros foram disparados. Há algumas semanas, o Batalhão de Operações
Especiais vem fazendo incursões desastrosas na comunidade, invadindo as
casas de pessoas de bem, espalhando terror e medo. Um dos fotógrafos do
OBS teve a sua casa destruída e seu equipamento quebrado, jogado dentro
do vaso sanitário. E agora a truculência da polícia invadiu um
território sagrado, o território do Observatório, onde tudo que é feito é
em prol da cidade, em prol das travessias, em prol da redução da
desigualdade social e intelectual. Cadê a imprensa? Só cobre o
"vandalismo" que lhe interessa? E o vandalismo policial? Por favor,
espalhem este POST. O VANDALISMO DO CABRAL TEM QUE PARAR!"
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