segunda-feira, 13 de maio de 2013

Brilhava assim sobre Auschwitz?

amei em cheio

meio amei-o

meio não amei-o

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arte que te abriga arte que te habita

arte que te falta arte que te imita

arte que te modela arte que te medita

arte que te mora arte que te mura

arte que te todo arte que te parte

arte que te torto ARTE QUE TE TURA
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A tese segunda

Evapora em pergunta

Que entrega é tão louca

Que toda espera é pouca

Qual dos cinco mil sentidos

Está livre de mal-entendidos?


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Atrasos do acaso

Cuidados

Que não quero mais

O que era para vir

Veio tarde

E essa tarde não sabe

Do que o acaso é capaz …

.........................
Hoje à noite

Lua alta

Faltei

E ninguém sentiu

A minha falta

DATILOGRAFANDO ESTE TEXTO

ler se lê nos dedos

não nos olhos

que os olhos são mais dados

a segredos


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O amor, esse sufoco,

Agora há pouco era muito,

Agora, apenas um sopro

Ah, troço de louco,

Corações trocando rosas,

E socos.


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o mar o azul o sábado

liguei pro céu

mas dava sempre ocupado
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sorte no jogo

azar no amor

de que me serve

sorte no amor

se o amor é um jogo

e o jogo não é o meu forte,

meu amor?

..........................

Tudo dito,

Nada feito,

Fito e deito
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Viver de noite me fez senhor do fogo.

A vocês, eu deixo o sono.

O sonho, não!

Este eu mesmo carrego!

...................

meio-dia três cores

eu disse vento

e caíram todas as flores

.................................

entre a dívida externa

e a dúvida interna

meu coração

comercial

alterna


...................

moinho de versos

movido a vento

em noites de boemia

vai vir o dia

quando tudo que eu diga

seja poesia

..................

noite sem sono

o cachorro late

um sonho sem dono


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furo a parede branca

para que a lua entre

e confira com a que,

frouxa no meu sonho,

é maior do que a noite

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primeiro frio do ano

fui feliz

se não me engano

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não fosse isso

e era menos

não fosse tanto

e era quase


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entre os garotos de bicicleta

o primeiro vaga-lume

de mil novecentos e oitenta e sete

......................

a noite

me pinga uma estrela no olho

e passa

....................

na torre da igreja

o passarinho pausa

pousa assim feito pousasse

o efeito na causa

..................

um pouco de mão

em todo poema que ensina

quanto menor

mais do tamanho da china

.........................

entre

a água

e o chá

desaba

rocha

o maracujá

...............

duas folhas na sandália

o outono

também quer andar

......................

alvorada

alvoroço

troco minha alma

por um almoço


relógio parado

o ouvido ouve

o tic tac passado

....................

cortinas de seda

o vento entra

sem pedir licença

..........................

a estrela cadente

me caiu ainda quente

na palma da mão

..................

lua à vista

brilhavas assim

sobre auschwitz?


..................

lua de outono

por ti

quantos s sono

.....................

hoje à noite

lua alta

faltei

e ninguém sentiu

minha falta

................

milagre de inverno

agora é ouro

a água das laranjas

..............

coisas do vento

a rede balança

sem ninguém dentro

..................

tarde de vento

até as árvores

querem vir para dentro

.......................

morreu o periquito

a gaiola vazia

esconde um grito

..................

tudo claro

ainda não era o dia

era apenas o raio

....................

lua crescente

o escuro cresce

a estrela sente

"...a poesia está dentro da vida, e não a vida dentro da poesia."
Paulo Leminski

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