sábado, 24 de março de 2018

Lava Jato, Lula, MBL - Pedro

Análise por Pedro Rios

"1- A narrativa da lava jato é uma fraude. 2013 é um movimento orgânico de exigência de direitos mas teve dois filhos espúrios: o MBL e a Lava Jato. Se a Dilma tivesse sido firme na reação inicial dela, talvez ela tivesse sido derrubada ali. Mas ali ela estava certa. A população tinha que ter entrado naquele momento como força interventora da putaria no congresso e na farra de copa e olimpíadas. O PT escolheu copa e olimpíadas. A força interventora virou MBL e Lava Jato. Reação do sistema ao movimento de demanda de direitos. Vejam principalmente os casos de Turquia e Egito e vocês vão entender como a CIA reagiu. Aqui existe o componente Venezuela. Lá a Turquia está sendo usada na invasão da Síria. O Egito terminou em uma ditadura militar. Nossas revoltas eram muito similares.

2- Seja qual for o resultado, estrategicamente  é um erro grave atacar o processo eleitoral agora. A pior coisa que pode acontecer é jogarmos toda a disputa para o terreno do conflito armado. A gente não tem nenhuma chance. Eu não quero acabar como a oposição turca ou egípcia.

3- A esquerda pelega precisa parar de bater na Venezuela. AGORA. Algum país a gente precisa ter para caso de emergência e no momento a gente só tem Venezuela e Bolívia.  Isso não é discussão de projeto político. Isso é guerra armada. Se você não entende que a CIA está operando no continente, que 3 golpes de Estado, crises massivas, várias quedas de governo, e ações policiais integradas não acontecem porque um juiz de primeira instância acordou de ovo virado, você não entende nada."

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=10157346556933625&id=838813624

domingo, 18 de março de 2018

Compostagem: com ou sem minhoca

Compostagem

Com ou sem minhoca

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Guia da compostagem: recicle todo resíduo orgânico da sua casa de maneira sustentável


Fazer compostagem diminui o volume de resíduo destinado aos lixões, além de reduzir emissões que causam efeito estufa

Fazer compostagem ajuda na diminuição de resíduos orgânicos de aterros e lixões
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê algumas metas importantes para minimizar problemas ambientais, sociais e econômicos provocados pelo manejo inadequado do lixo. O fechamento de lixões e a construção ou a modernização de aterros são medidas do Estado que podem melhorar a relação do brasileiro com seu lixo. No entanto, algumas mudanças de hábitos também são contribuições importantes para o meio ambiente, saiba a diferença entre resíduo e rejeito.
Quando o lixo é destinado de maneira incorreta e fica a céu aberto, pode ocorrer contaminação de lençóis freáticos com chorume, emissão de gases do efeito estufa (que causam seu desequilíbrio, como o gás metano (CH4 - 20 vezes mais prejudicial na atmosfera do que o CO2) e ainda atrai insetos e animais, que podem transmitir doenças ao homem. Um grande parcela do volume de resíduos produzido anualmente no país é lixo orgânico, que poderia ter um destino muito mais correto do que um lixão.
Existem diversas saídas para esse problema, como fazer compostagemdoméstica. Esse método faz com que você tenha um local para reutilizar o lixo orgânico dentro de casa, onde você irá tratá-lo para produzir adubo. Deixar o lixo em casa ainda é um tabu para a maioria das pessoas, pois aprendemos que tudo que não é necessário ou que não queremos mais deve ser jogado fora. No entanto, essa é uma forma de minimizar de maneira sustentável os impactos ambientais do seu consumo diário; ao diminuir volume de resíduos destinado aos lixões e aterros (veja mais sobre como reduzir todos os tipos de lixo doméstico). Existem duas maneiras de fazer isso: a vermicompostagem e a compostagem seca.
eCycle apresenta abaixo um passo-a-passo com a explicação do funcionamento de cada um dos métodos de compostagem para desmistificar o processo e te ajudar na escolha. Depois, basta colocar em prática essa atitude que une sustentabilidade, tecnologia e consumo consciente de um modo simples e barato.

Vermicompostagem (minhocário)

Composteira vermicompostagem são mais rápidas e contam com a ajuda de minhocas para fazer a compostagem

Procedimento

Na vermicompostagem ou minhocário, o processo será realizado por microrganismos presentes no solo e acelerado por minhocas, que irão se alimentar dos resíduos e transformá-los em húmus. Essa população de minhocas pode aumentar ao longo do tempo (a quantidade inicial é de 200 a 250), mas, geralmente, de acordo com o espaço e a disponibilidade de alimentos, elas mesmas fazem o controle. Algumas pessoas podem ficar com nojo ou ter algum receio em ter tantas minhocas em casa, mas elas não saem das caixas, não exalam cheiro e não transmitem doenças. Você também não precisa sair por aí procurando minhocas. Existem produtos no mercado que vêm prontos para o uso, inclusive com as minhocas do tipo californianas vermelhas, que se adequam melhor a esse fim.
Esse sistema de compostagem é formado por uma tampa, três ou mais caixas empilháveis de plástico opaco (a quantidade depende da demanda familiar, assim como a dimensão dos contêineres), sendo as duas caixas superiores digestoras, com furos no fundo, esses furos são exclusivamente para a migração das minhocas e escoamentos dos líquidos e uma caixa coletora para armazenar o chorume produzido no processo (é a que forma a base da composteira). Se o chorume não for drenado, ocasionalmente os fluidos se acumularão, de forma a tornarem o sistema da composteira anaeróbio. Calma! Esse resíduo não é aquele tão prejudicial ao meio ambiente e produzido nos lixões. O chorume orgânico ou biológico é um biofertilizante líquido, rico em nutrientes e sais minerais. Basta dilui-lo em água, em uma proporção de 1/5 até 1/10, e borrifar nas folhas de sua horta caseira ou nas plantas de sua casa. Nos lixões, a origem do chorume é diversa, contendo inclusive metais pesados, por isso é um contaminante do ecossistema.

Manutenção

Supondo que você adquiriu uma composteira de três caixas, a de baixo será a que acumulará o biochorume e a do meio e a de cima serão as digestoras. É no primeiro compartimento de cima que as minhocas serão colocadas; formando uma cama de húmus de cerca de três dedos.
A partir de então, coloque uma pequena quantidade de resíduo orgânico (saiba o que vai e o que não vai para a composteira) na caixa digestora de cima. O recomendado é alimentar a composteira todos os dias. Da primeira vez, deposite aproximadamente meio copo (100 mL) e aumente 50 mL a cada quinze dias até atingir a quantidade de 1 litro por dia. Os primeiros resíduos não devem ser espalhados pela caixa, basta concentrá-los em uma parte e cobrir com o dobro de volume de material seco (serragem de madeira virgem, palha, folhas secas, grama seca) para as minhocas começarem os trabalhos.
Essa mistura de material orgânico (rico em carbono) com o material seco (rico em nitrogênio) é importante para manter o pH do sistema, além de permitir uma boa ventilação da mistura e de controlar a umidade. Se houver uma boa aeração, o processo de decomposição será mais rápido e o húmus produzido terá melhor qualidade.
Com o passar do tempo, a caixa digestora (de cima) se encherá de húmus. A partir de então é preciso trocar as caixas intermediária e a de cima, colando a intermediária na parte superior. Mas antes disso, é preciso resgatar o húmus (com minhocas) do fundo da caixa preenchida e adicioná-lo na caixa vazia; formando uma cama de minhocas com cerca de três dedos de altura. 

Dicas

O excesso de água é um dos fatores mais prejudiciais, pois as minhocas têm dificuldade de se locomover (em razão de o composto se tornar mais escorregadio), além de afetar a aeração do sistema. Faça um teste simples: aperte a mistura e verifique se há gotejamento de líquido. Se isso ocorrer, coloque mais material seco, de preferência a serragem, e revolva a mistura para solucionar esse problema.
Fique atento quando você colocar frutas nas caixa digestoras, como cascas de banana e mamão. Elas são responsáveis, dependendo da regulação de umidade do seu conjunto de caixas, pelo eventual aparecimento de mosquinhas de fruta, da espécie Drosophila. Elas são inofensivas, mas o problema é o incômodo que a grande quantidade delas causa. Resíduoscomo cascas de frutas podem conter ovos de moscas que eclodem quando inseridos na mistura. Não use qualquer tipo de veneno para espantar esses insetos, pois eles podem afetar as minhocas. Regule a umidade. Se não resolver, faça um chá concentrado de capim limão e borrife na mistura.
Também pode acontecer de algumas minhocas caírem na caixa coletora de chorume e morrerem afogadas após um tempo, por não terem como subir de volta à caixa digestora. A colocação de um pequeno pedaço de tijolo encostado nas paredes da caixa pode solucionar o problema ao servir como uma escada. Se sua composteira for do modelo Humi, não será preciso fazer essa "escada" de minhoca, uma vez que esse modelo já vem com uma adaptação para as minhocas.
É importante não deixar a vermicomposteira exposta ao sol e à chuva. Água e calor no sistema podem provocar a fermentação da mistura, que eventualmente irá exalar mau cheiro. Caso isso aconteça, retire a tampa por um tempo, remexa o conteúdo, acrescente um pouco mais de material seco e não coloque novos resíduos por dois dias.

Minhocas

As minhocas também precisam de uma certa atenção. Respeite a dieta e as limitações delas. Os restos de comida são geralmente bem aceitos, mas evite as cascas de frutas cítricas, gordura animal, restos de alimentos salgados, cinzas de churrasqueira, alho, cebola, fezes de animais domésticoscarne de qualquer espécie, laticínios (em excesso), papel higiênico e madeira tratada com pesticidas ou verniz (nem mesmo como material seco). A presença desses resíduos provoca lentidão no processo, gerando problemas com pragas e até a morte das minhocas (saiba o que fazer com o que não vai para a composteira).
Podem ser colocados na caixa digestora restos de alimentos cozidos, borra de café (em pouca quantidade), erva mate, saquinhos de chá, frutas, legumes, grãos, sementes e casca de ovo. É recomendável picar esses materiais para facilitar e acelerar a ação das minhocas. O papel marrom e o papelão também são bem-vindos, mas sem exagero. As páginas de revistas e jornais (sobretudo as páginas coloridas) são tratadas com cloro e têm muita tinta, por isso não é aconselhável colocá-las na composteira. Saiba o que fazer com resíduos que não vão para a composteira.

Húmus

Uma caixa digestora média (50cm x 35cm x 65cm), indicada para duas pessoas pode receber cerca de 1 itros de resíduos orgânicos por dia e deverá ficar completamente cheia em um mês (como existem dimensionamentos diferentes de acordo com a demanda familiar, esse tempo pode variar de acordo com o modelo do produto). Após esse período, retire o húmus da caixa do meio (veja mais abaixo) e faça a troca de posição (a de cima vai para o meio e a do meio vai para cima). Dessa forma, o processo continuará sendo realizado enquanto a outra caixa coletora receberá os próximos resíduos. As minhocas migrarão pelos buracos no fundo do compartimento para esse recipiente, após se alimentarem de todo o material orgânico que havia sido depositado. Em aproximadamente dois meses, você terá produzido húmus de minhoca em sua casa, além de ter reciclado todo o lixo orgânico.
A retirada do húmus precisa ser cuidadosa para não machucar as minhocas. Ao constatar que todo o alimento depositado na caixa virou uma terra úmida marrom escura e homogênea, deixe a caixa exposta ao sol. Dessa forma as minhocas irão fugir da luz migrando para o fundo, por isso que as caixas precisam ser de plástico opaco. Essa movimentação ocorre em poucos minutos. Em seguida, raspe o húmus com uma pá. Caso encontre mais minhocas, deixe mais um tempo a luz e retome a retirada. Não se esqueça de deixar cerca de três dedos de húmus no fundo para que a caixa receba novos os resíduos e também as minhocas.

Compostagem seca

Esse método possui inúmeras opções de manejo. O segredo dele é a forma que você irá utilizar para aerar a mistura. A produção de adubo é um pouco mais demorada, porque apenas os microrganismos presentes no solo, fungos e bactérias, serão responsáveis pela decomposição da matéria orgânica. Por isso é importante manter a umidade e o calor da mistura sob controle.

Procedimento

É possível fazer a compostagem seca em um recipiente específico ou então sobre o próprio solo. O processo padrão é basicamente colocar uma porção de material orgânico, rico em carbono, para duas porções de material seco (palha, folhas secas, serragem de madeira virgem, grama seca), rico em nitrogênio, em seguida, misturar bem para aerar e facilitar a ação dos microrganismos. No mercado existem produtos com uma boa capacidade para o processamento dos resíduos, neste caso haverá algum mecanismo para revolver essa mistura. Esses modelos são os mais adequados para o uso em ambiente residencial.
Se você optar pela compostagem seca sobre o próprio solo, é necessário um pouco mais de atenção. Faça um buraco com cerca de 40 cm de profundidade e 60 cm de diâmetro, no fundo coloque galhos secos ou palha para permitir a circulação de ar. Ou então faça com o lixo e o material seco um monte de aproximadamente dois metros de diâmetro por um de altura. Nos dois métodos é preciso manter a proporção de uma parte de resíduo orgânico para duas de material seco e revolvendo a mistura a cada acréscimo de lixo. Quando o sistema chegar ao seu limite de volume deixe descansar por cerca de dois meses, após esse período você terá produzido em sua casa um adubo orgânico de excelente qualidade.

Cuidados e dicas na compostagem seca

Na compostagem seca é fundamental remexer o conteúdo com frequência para oxigenar a mistura, favorecer a evaporação do excesso de umidade e aumentar a quantidade de ar. Na primeira semana é recomendável que revolva bem a mistura todos os dias, depois uma vez por mês. A quantidade de umidade, calor e ar no sistema precisam ser controladas, pois os microrganismos são sensíveis a essas variações e a compostagem pode ser afetada, mas não precisa ficar preocupado. Existem alguns truques para saber se está tudo certo.
Basta espremer com a mão um pouco do conteúdo para avaliar a umidade. Se estiver tudo certo, a palma da mão deverá ficar suavemente molhada. Se gotejar água, isso indica excesso de umidade na mistura, que é prejudicial para a proliferação e atuação dos microrganismos. Basta revirar a mistura e acrescentar um pouco mais de material seco para solucionar o problema. Quando estiver muito seca, basta borrifar um pouco de água e mexer.
No caso da temperatura, uma barra de ferro fincado na mistura pode funcionar como termômetro. Um sistema eficiente tem uma temperatura em torno de 60°C. Esse calor é resultado da decomposição aeróbica da matéria orgânica que é transmitido à barra. Se a temperatura estiver muito abaixo disso estará indicando que o processo está muito lento. Isso pode ser provocado por pouca umidade ou pouco resíduo orgânico. Faça o teste de umidade. Caso não seja essa a deficiência, o sistema possivelmente está com pouco material orgânico. Coloque mais resíduos e mexa para resolver o problema.
O aparecimento de pragas está relacionado à presença de algum alimento que não é de fácil decomposição e que costuma atrair insetos ou animais, como carne, ossos, gordura e açúcar (o que ocorre muito na compostagem ao ar livre, diferentemente dos modelos de composteiras disponíveis para venda - nesses últimos, tais riscos tendem a não existir). Basta retirar esses resíduos, parar a colocação de mais lixo por três dias e colocar mais material seco. Dessa forma, o problema será solucionado.

Húmus

Na compostagem seca, o húmus ficará pronto entre dois e três meses, dependendo do tamanho da composteira. Após esse período, os resultados da compostagem serão um resíduo marrom, sem cheiro e homogêneo. Nesse caso, não há recolhimento do chorume.

Eficiência

Ambos os métodos para compostagem doméstica são eficientes e ecológicos. Eles contribuem com a redução das emissões de gás metano para a atmosfera, evitando desequilíbrio causado pelo efeito estufa. Isso sem contar que, se elas forem tratadas da maneira correta, produzem adubo de boa qualidade, não emitem cheiro, ocupam pouco espaço, não atraem insetos e animais, além de reduzirem o volume de lixo doméstico substancialmente. Com pouco esforço é possível dar um destino correto ao que iria poluir o ecossistema e sobrecarregar lixões e aterros urbanos. O adubo produzido ainda pode ser um incentivo para ter uma horta orgânica. Se você não quiser plantar ou adubar alguma planta em sua casa, é só aplicar o húmus em qualquer árvore de uma praça, parque ou no canteiro da rua para fazer bem à natureza.



Fonte: eCycle
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/44-guia-da-reciclagem/1318-como-o-que-compostagem-composteira-composto-compostar-minhocario-seca-lixo-residuos-restos-comida-organico-humus-domestica-residencial-dicas-duvidas.html

sexta-feira, 16 de março de 2018

Magina q loko o presidente visitando a juíza.

"Um grande acordão nacional... com o supremo, com tudo..."

"Magina que loko morar num país onde o presidente da República, investigado por formação de quadrilha, obstrução da justiça e lavagem de dinheiro vai visitar em horário de folga a presidente do Supremo em sua casa. Magina  que loucura isso."
Elika  Takimoto
@elikatakimoto

Marielle - comissão da verdade - assassinato

Dia 28 de fevereiro

Vereadora
Marielle Franco é  nomeada relator da comissão que vai acompanhar a intervenção militar no Rio.


10 de março
Marielle denúncia a violência policial em Acari.

14 de março
Marielle é  executada a tiros.

Unir a esquerda com a morte de Marielle

Fala sobre unir a esquerda a partir da execução de Marielle do PSOL.

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Pablo Villaça
15 min ·
A partir de hoje - e até a situação mudar no país -, cessarei minhas críticas aos companheiros de esquerda, por mais diferenças que tenhamos. Sou PSOL, sou PT, sou PCdoB, sou PSTU, sou PCB, sou PCO; sou Lula, Manuela, Boulos, Ciro. Sou até mesmo Diário do Centro do Mundo, Luciana Genro e Pablo Capilé.

A morte de Marielle, planejada para ser uma execução escancarada a fim de amedrontar quem está ao seu lado, tem que ter efeito oposto: o de UNIR a esquerda. Se já não era claro que o lado de lá não tem escrúpulos nem limites, isto ficou ainda mais patente não só com o assassinato da vereadora, mas com a celebração por parte dos sociopatas nas redes sociais (e imaginem esses caras armados como querem Bolsonaro, MBL e a bancada da bala).

Se essa união foi possível em Portugal, por que não seria possível aqui? Especialmente depois do que aconteceu ontem à noite?

Compreendam: estamos todos sob ameaça. Todos. Como apontaram no Twitter, se eles mataram uma mulher eleita com 46 mil votos, não hesitarão em eliminar ninguém mais.

E como a violência não é solução - e não se iludam, por mais revoltados que estejam: NÃO É -, a única alternativa possível é a união. Somos muitos e, juntos, uma parede de chumbo; separados, pulverizados, somos caspa no ombro da direita.

Caspa você afasta com um aceno; já a parede de chumbo é bem difícil derrubar. O caminho correto a seguir é óbvio.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Nao concordo nem com o q a imagem diz . Vc pode até perdoar, mas não é obrigado a gostar da pessoa ou conviver. Não é  lado A ou lado B. As coisas se misturam e Vc pode fazer o q quiser tentando não ser injusto com Vc próprio e nem com o outro. 
Outra coisa: qual a função do perdão na sua vida? Na minha é  dizer como quero q as pessoas ajam comigo. Se se desculpar e não mudar de atitude , não desculpo. Ajo como se não existisse e evito o contato.


Fonte:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1967333683527013&id=1488128651447521
Tem gente que se consola pensando que energias superiores farão do mundo um lugar justo. Tem gente que não se revolta porque sabe que é o mundo não é  justo. Ambas as posturas entendem que o mundo não é justo. Rs
Evangélicos e seu des-serviço aos povos tradicionais:

"Em uma das cenas, Perpera é questionado sobre a possibilidade de voltar a ser pajé. Ele responde que essa chance não existe. "Depois que o pastor disse que pajés são do inferno, ninguém falava comigo. Eles me ignoravam", afirma, no trecho do filme. "Só voltaram a falar comigo depois que eu fui à igreja." "

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Sob 'cerco' evangélico, pajés evitam rituais tradicionais indígenas

Diego Toledo
24.02.2018



Fonte:
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/02/24/sob-cerco-evangelico-pajes-evitam-rituais-tradicionais-indigenas.htm

Vídeo poético do cara que quebra um aquário e é  cego

Me lembrou a história de um besouro que eu inventei num dia de temporal de mangas com os amigos na Rural!  Um besouro...

Fonte:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2126510404033540&id=100000238035990


1 -
Quando for ao psiquiatra

Amigos, pelo amor de deus, se vcs precisarem ir ao psiquiatra alguma vez na vida de vcs, falem com um psicologo tb, principalmente se forem medicados. Vai funcionar pra situações de emergência e pra ter uma segunda opinião.  Por favor. Ou pelo menos leiam a bula do remédio na net antes d comprar.  ANTES d tomar. Se ainda sim quiser topar aquela viagem... nao vao sozinhos. Tenham pessoas de confianca pra ajudar. Vcs vão evitar problemas maiores. Não existe solução rápida.

Ass: a amiga psicóloga mais uma vez!

Obs.1: posso dizer que todos os âmigos q tenham q foram a UMA consulta saíram com uma receita.  Médico é  Deus pra saber o q q a pessoa tem logo de cara? Psicólogos são inúteis enroladores então?

Obs.2: sei q é difícil achar um psi bom. Mas pra casos de emergência a maioria serve.

Obs.3: Raiva da maioria dos psiquiatras.

Obs.4:
Não sou contra medicamento. Sou contra maus profissionais.



2 -
Quando for ao psiquiatra 2

Já sabemos de mil histórias de pessoas que estavam em sofrimento em seu trabalho e o médico psiquiatra passou um remédio pra "ajudar" a pessoa a lidar com aquela situação.

O remédio ajuda nesses casos?
Que tipo de demanda é essa?
Pra que casos se necessita de medicação?

- Nesse caso, o q tem q mudar pra pessoa sofrer menos?

Ela ou o ambiente de trabalho?

Então,  a pessoa consegue o objetivo dela no trabalho que a faz sofrer menos e vê que não precisa do remédio, pois a chefia dela tomou as devidas providências. Para de tomar o remédio que virou algo que só atrapalhava já q mudou o q realmente tinha q mudar: O QUE LHE CAUSAVA SOFRIMENTO NO TRABALHO,  e não ----> um problema no corpo físico ou na atitude mental da paciente.

- Ação desse remédio, no caso:

O remédio no momento do estresse fazia com que ela conseguisse NÃO SE IMPORTAR com as situações estressantes. Porém, de noite, o efeito colateral é a pessoa não conseguir dormir e "ter pensamentos muito loucos, incômodos". O sono tem uma função restauradora,  que age tb contra o STRESS, muito importante. Não conseguir dormir era um problema real que vinha sendo causado pelo remédio.  Além de remédio ser uma droga, um veneno, que a gente sempre deve evitar usar. Cujos efeitos a longo prazo podem ser pouco conhecidos.

- Qual a função política desse remédio receitado dessa forma?
Adaptar pessoas saudáveis a uma realidade doente. É isso que queremos?

Vejo pessoas tomando remédio pra suportarem o dia a dia ao invés de mudarem o seu dia a dia. Nesse contexto a medicação acaba tb tendo um efeito político d conformação das pessoas. Nem tudo podemos mudar , tem coisas q podemos , então nós nos envenenamos pra suportar ao invés de pensar o que nos acontece? Está certo isso?

O remédio deve ter um efeito saudável e não de amansamento em prol d um sistema político hierárquico q não se discute.

Na escola tem q corrigir a criança e não a escola.
Na faculdade tem q corrigir o aluno e não o professor.
No trabalho tem q corrigir o trabalhador e não a tarefa.

A gente sofre disso tb. De como o sistema funciona. De não ter espaço pra pensar saídas.

Queremos virar ciborgs obedientes?

---> Vejo um estudante universitário receitando remédio pro outro na maior irresponsabilidade. Via Facebook.  VOCÊS SÃO IRRESPONSÁVEIS. E eu sempre me posiciono contra. Só o método de receitar sem nem avaliar a situação ou passar por um médico já está errado.

Quer estudar mas não quer repensar estratégias pra isso. No futuro serão outros problemas. Remédios que mexem com a cabeça podem ter efeitos irreversíveis.


- SEU MÉDICO PÕE  EM ANÁLISE A SUA DEMANDA?
Assim, vamos sendo salvos pelos efeitos colaterais. E não aprendemos quem é  que realmente precisa de medicação. Porque o médico,  coitado, foi um ignorante que acolheu a demanda mais uma vez sem sequer pôr ela em análise com o paciente.

Será que só o chato do psicólogo que deve ter essa atitude de respeito com as pessoas?

- Conclusão:
Se seu médico não sabe analisar a demanda, seja responsável e procure alguém que possa te ajudar com isso. Sendo especialista ou não,  já faz perguntas pra sustentar um debate.
De preferência , procure especialistas da sua confiança.

Remédio é para problemas que dependem de uma intervenção química real devido a descompensação físicas ou transtornos mentais onde outras saídas já foram tentadas e não deu certo. Não é pra conformar você a um sofrimento que você deveria questionar ou pode produzir saídas.

Você não é um ser humano perfeito e nunca vai ser porque não depende só de você. Nossa sociedade está sempre mudando e produzindo novos ideais de pessoas e formas de funcionamento diferentes. Nunca algo servirá igual pra todos. Podemos produzir diversos modelos de agir dentro dessa sociedade ou para além dela (quando temos a mudança de um sistema político por outro).

CALAR SUA DOR E SEU SINTOMA PODE SER ADOECER UNA SOCIEDADE QUE , AO INVÉS DE MUDAR, SE ADAPTA AO SOFRIMENTO.

Somos fortes. Podemos ser mais fortes juntos. Você pode ser um defeito perfeito.

Su

De onde vem a riqueza dos países desenvolvidos - BR

"A foto é do Instituto Evandro Chagas e confirma mais uma catástrofe ambiental causada pela mineração no Brasil. A mineradora norueguesa Hydro deixou vazar rejeitos de sua operação de extração de bauxita que contaminaram mananciais responsáveis pelo abastecimento de diversas comunidades de Barcarena, no Pará. O relatório do Evandro Chagas constatou que os rejeitos da Hydro contêm alumínio, chumbo e soda cáustica.

Quem é de Minas Gerais sabe, quem é do Pará também: o rastro de devastação que as mineradoras deixam atrás de si é uma conta que não vale a pena pagar. Taí, mais uma Mariana."

Fonte: Idelber Avelar
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=10155776844802713&id=565462712
Mestrado
Pena que não seja considerado um trabalho. Pena que nem sempre tenha bolsa. Só sendo privilegiada pra aguentar ficar 1 ano sem bolsa, mesmo depois de ter economizado uma parte de grana enquanto trabalhava.
Qualquer ramo hoje pode sofrer melhoras quando se produz conhecimento a respeito. Embora a minha principal crítica a academia seja a produção de conhecimento desinvestida de práticas e das realidades pelas quais passam o trabalhador/ a trabalhadora. Pois, a maioria, não tem chance, espaço ou incentivo pra debater sua atuação. 

Mas também não me preocupo em provar esse meu ponto de vista pra ninguém. Principalmente pra quem tem outros trabalhos menos privilegiados. Uma estrutura injusta não pode produzir mesmo análises muito justas.

Su
O amadurecimento emocional é o que fica mais pra trás na nossa sociedade muito utilitarista.

Falar dos problemas é uma forma de arranjar saídas. Você entender o que acontece só com você e o q vive se repetindo numa sociedade altamente competitiva (vale mais o quantitativo do q o qualitativo), superficial (vale mais o que parece do que o que é), e machista (homens podem tudo, mulheres têm q se reprimir sexualmente princioalmente), etc ajuda a repensar suas atitudes e as do coletivo que você convive. É uma forma de produzir mais segurança também,  sobretudo no tocante a relacionamentos abusivos.

Compartilhar a sua experiência é até melhor do que apenas opinar sobre o que você acha q o OUTRO deve fazer. Muitas vezes você fala o certo , mas não é o q você faz. É  uma ótima forma do grupo trocar idéia também sem ninguém agredir ou se sentir agredido.



Jessé Souza: É preciso explicar o Brasil desde o ano zero


O sociólogo Jessé Souza, autor de 'A elite do atraso', lançado pela editora Leya (Divulgação)


Em A elite do atraso – Da escravidão à Lava Jato, Jessé Souza quer fazer o que, em sua opinião, nenhum intelectual da esquerda jamais fez: explicar o Brasil desde o ano zero. Isso porque se ideias antigas nos legaram o tema da corrupção como grande problema nacional – conforme defende no livro -, só mesmo novas concepções sobre o país e seu povo poderiam explicar, de uma vez por todas, que as raízes da desigualdade brasileira não estão na herança de um Estado corrupto, mas na escravidão.
Para tanto, o sociólogo confronta uma das principais obras do pensamento social brasileiro, Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda – responsável por utilizar pela primeira vez a ideia de patrimonialismo para definir a política nacional. Jessé compreende que o conceito – segundo o qual o Estado brasileiro seria uma extensão do “homem cordial” que não vê distinções entre público e privado – serve para legitimar interesses econômicos de uma elite que manda no mercado, este sim a real fonte de corrupção e poder.
Doutor em sociologia pela Universidade de Heidelberg (Alemanha) e professor da UFABC, Jessé Souza é autor de 27 livros, incluindo A ralé brasileira: quem é e como vive(2009), A tolice da inteligência brasileira (2015) e A radiografia do golpe (2016). Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2015 e 2016, coordenou pesquisas de amplitude nacional sobre classes e desigualdade social. Em entrevista à CULT, o sociólogo critica a existência de uma interpretação dominante sobre o Brasil e aponta os motivos pelos quais a sociedade brasileira em 2017 não passa de uma continuidade da sociedade escravocrata de 500 anos atrás.
No livro você afirma que Sérgio Buarque de Holanda inaugurou uma forma de pensar o brasileiro como negatividade que se estende ao Estado, visão que teria influenciado de Raymundo Faoro a Sergio Moro. Por que essa chave de leitura tem tanta força?
Essa ideia foi montada para defender interesses econômicos. Às vezes me espanto como não se percebeu isso antes. Quando a elite paulistana perde o poder político para Vargas em 1930 – e perde para um movimento de classe média, que estava se formando no país naquela época -, ela começa a organizar um poder ideológico para condicionar o poder político a atuar conforme as suas regras. Isso foi dito, articulado, pensado. Esse pessoal já tinha fazendas de café, as grandes indústrias em São Paulo, já tinha controle sobre a produção material e aí constroem as bases para o poder simbólico – e a sociedade moderna vive desse poder simbólico. Essa elite cria a Universidade de São Paulo, que vai formar professores de outras universidades e que vai produzir conceitos importantes para que essa elite, tirando onda de que está fazendo o bem, faça efetivamente todo mundo de imbecil para que seus interesses materiais e políticos sejam preservados.
Que conceitos são esses?
São duas ideias que nos fazem de imbecis. Uma delas é a do patrimonialismo, em que há uma distorção da fonte do poder social real,  como se o Estado fosse montado para roubar, vampirizar e fazer o mal – e como se nada acontecesse no mercado. Embora seja uma instância de poder importante, no capitalismo quem comanda o poder é o mercado. Há uma tradição inteira, 99 de 100 intelectuais até hoje professam esse tipo de coisa. Sérgio Buarque inaugura [esse pensamento no Brasil], depois Raymundo Faoro dá uma profundidade histórica e Fernando Henrique Cardoso transforma isso em teoria; o programa político do PSDB é todo retirado de Raízes do Brasil. Mas também influenciou a esquerda. Sérgio Buarque foi um dos fundadores do PT, fez todo mundo de imbecil, da direita à esquerda. E como a esquerda não tem uma concepção autônoma de como a sociedade funciona, de como o Estado funciona, ela chega ao poder com um plano econômico alternativo, mais inclusivo, e acha que as pessoas por alguma mágica vão perceber que aquilo é bom pra elas. A esquerda nunca fez o que a direita e a elite fizeram.
Por que a esquerda nunca articulou uma narrativa contrária a essa?
Porque foi incapaz. Porque não foi inteligente, porque se deixou imbecilizar. Porque o tema do patrimonialismo é tratado como crítica social: “Olha, estamos descobrindo quais são as mazelas brasileiras, um gene da corrupção de 800 anos que nos toma a todos”. Isso significa que o Estado [teoricamente] vampiriza e não deixa as forças “emancipadoras” do mercado agirem – como se o mercado, em algum lugar do mundo tivesse sido emancipador por si próprio. Os países campeões do liberalismo como Inglaterra e Estados Unidos têm uma estrutura de Estado extremamente forte, foram protecionistas – e depois dizem a outros países serem o que eles mesmos nunca foram. Isso deu esse charme – o “charminho crítico”, como eu chamo – a esse tipo de ideia como o patrimonialismo, que muitas vezes a esquerda comprou.
O segundo conceito chave, também inventado na Usp, foi o populismo, que torna suspeito e criminaliza tudo aquilo que vem das classes populares – inclusive qualquer liderança associada a elas, que são também estigmatizadas e suspeitas de estarem manipulando a tolice “inata” dessas classes. Eu estudei por décadas os muito pobres e eles são muito mais inteligentes do que a classe média. Eles veem a política como o jogo dos ricos em que todo mundo rouba enquanto a classe média se deixa engambelar por esse tipo de coisa. A classe média foi montada para ser idiotizada, é uma espécie de capataz da elite entre nós.
Na história do pensamento social brasileiro nenhum intelectual chegou perto de romper com essas duas ideias, na sua opinião?
Florestan Fernandes saiu um pouco disso porque estudou dilemas e conflitos de classe; Celso Furtado foi outro genial que percebeu coisas importantes que não têm nada a ver com esses esquemas. Mas esses caras não reconstruíram a história do Brasil como um todo. Foi essa a ambição que eu tive nesse livro porque eu percebi que, para atacar esse negócio e dar nele um nocaute, é preciso fazer o que eles [a elite] fizeram: explicar o Brasil desde o ano zero. O que foi, como foi, por que somos hoje o que somos e o que isso implica para o nosso futuro. Eu tentei fazer o que esses caras não fizeram, apesar de termos tido críticos que discutiram aspectos parciais de modo extremamente importante. Mas se não reconstruirmos o todo, as lacunas do que construímos apenas parcialmente serão invadidas pela teoria dominante, daí Florestan usar o patrimonialismo e essa bobagem toda.
Esse pessoal diz que nosso berço é Portugal e que de lá vem a nossa corrupção – uma coisa que me dá raiva de tão frágil, já que corrupção é um conceito moderno que implica a noção de soberania popular que é coisa de 200 anos. O nosso berço é a escravidão, que não existia em Portugal a não ser para os muito ricos. Não era fundante, era marginal, nunca foi mais de 5%, enquanto nós fomos montados nela. Essa teoria sobre o Brasil, que se põe como científica, no fundo não vale um centavo furado. É montada a partir de ilusões do senso comum, como se a tradição cultural fosse transmitida pelo sangue. São instituições concretas que nos moldam, é a forma da família, da escola que faz com que sejamos o que somos.
No livro você comenta que um dos principais problemas do Brasil é que aqui não houve nenhum tipo de reflexão acerca da escravidão. Quais são os efeitos práticos disso na sociedade brasileira, hoje?  
Literalmente tudo. Primeiro há a naturalização da miséria e do sofrimento alheio. Todas as sociedades já foram um dia escravocratas, apenas a Europa, no Ocidente, quebrou com a herança escravista do mundo antigo. Isso significa que embora a pessoa seja socialmente inferior a você, ela não será tratada como uma coisa, mas como um ser humano. E com as lutas sociais por igualdade, são produzidos processos coletivos de aprendizado na qual a dor e o sofrimento do outro podem ser revividos em cada um. Nós, por outro lado, mantivemos essa subhumanidade. Nós não nos importamos com a dor e com o sofrimento dos pobres, as evidências empíricas são claríssimas como a luz do sol, inegáveis para qualquer pessoa de boa vontade. A polícia mata pobres indiscriminadamente – e faz isso porque a classe média e a elite aplaudem. Houve recentemente essa coisa completamente absurda e bárbara das matanças nos presídios, e a classe média aplaudiu. São provas de que temos, como sociedade, ódio aos pobres. Isso veio da escravidão, em que havia uma distinção muito clara entre quem é gente e quem não é. Por isso, não nos importamos com o tipo de escola e de hospital que essa classe vai ter, por exemplo, o que é uma enorme burrice porque estamos criando inimigos, ressentimento. A Alemanha fez um esforço extraordinário para incorporar os 17 milhões que viviam na Alemanha Oriental, tornando seu mercado mais forte, mas aqui a gente simplesmente joga no lixo esse tipo de coisa porque nunca criticamos a nossa herança escravocrata, porque acreditamos nessa baboseira de herança portuguesa da corrupção. Raymundo Faoro tratava a existência de senhores de escravos como algo banal, quando na verdade o senhor de escravo deve estar no centro [da análise], já que todas as outras instituições vão se montar a partir daí. É uma continuidade absurda de 500 anos e nós somos cegos a isso.
Como essa continuidade aparece?
A família dos muito pobres repete há 500 anos a família dos escravos e eles ainda fazem o mesmo tipo de serviço que faziam antes, são escravos domésticos. Fazem parte de famílias desestruturadas, uma vez que na escravidão não se estimulava que o escravo tivesse família porque era preciso humilhá-lo, abatê-lo. Exatamente como acontece hoje. A escravidão só prospera com o ódio ao escravo e o Brasil de hoje é marcado por uma coisa central que só um cego não vê, o ódio ao pobre. A humilhação do pobre. O PT caiu não por causa da corrupção – que pode ter existido, é bom ver as provas -, mas porque tocou no grande pecado de ter diminuído um pouquinho a distância entre as classes. A distância desses 20% para os 80% é a pedra de toque para esse acordo de classes absurdo no Brasil.
O único país que se assemelha a nós no planeta é a África do Sul. Vivemos um apartheid aqui. Governos de esquerda caem, acontecem golpes de Estado toda vez que tentam diminuir essa distância entre as classes. Com isso você constrói dois planetas dentro de um mesmo país, é isso o que temos hoje. Como a classe média não pode transformar esse seu ódio ao pobre em mensagem política – porque isso seria canalhice e temos essa influência cristã -, ela utiliza o pretexto da corrupção já dado pelos nossos intelectuais no tema do patrimonialismo. Todas as elites estudaram em todas as universidades essa mesma bobagem, todo jornal repetiu e repete em pílulas essa mesma imbecilidade, fazendo com que as pessoas internalizem isso como uma verdade absoluta.
Você afirma no livro que a crise atual do Brasil é “também e principalmente uma crise de ideias”. Partindo disso, quanto dessa crise a gente pode colocar na conta da própria esquerda, já que ela nunca se mobilizou para produzir outra interpretação do Brasil?
Ela nunca se mobilizou, isso é uma fraqueza e eu acho que temos que mudar isso. Eu decidi transformar a minha vida nisso, por exemplo. Tem que começar em algum momento. Eu tive sorte porque morei muito tempo fora do Brasil e de algum modo peguei um olhar externo. Tem um grande filósofo que diz que o que propicia o conhecimento é o fato de você conhecer aquele lugar, mas estranhá-lo, ou todas as coisas viram naturais. E se tudo é natural você não interroga, não há dúvida.
Um estudo recente do Instituto Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Instituto Datafolha mostra que, numa escala de 0 a 10, a sociedade brasileira chega num índice de 8,1 na predileção por posições autoritárias, principalmente entre jovens de 16 a 24 anos. Como interpreta esse dado?
É de fácil explicação. A partir de 1980 há um partido que nasce de baixo para cima. Nunca havia existido isso entre nós, um partido que congrega trabalhadores rurais e urbanos – eu tenho muitas críticas ao PT, mas é inegável que ele foi uma inflexão importante nessa história da escravidão. E ele passa a representar uma demanda por igualdade nessa sociedade perversamente desigual. Quando você afirma que esse partido é uma organização criminosa – usando no fundo aquela ideia do populismo, de que tudo o que vem das classes populares é estigmatizado – você está afirmando que a igualdade não é um fim, mas um mero meio, uma estratégia de assalto ao Estado. Ora, para onde vai a raiva justa dos 80% dos excluídos se ela não pode ser expressa de modo político e racional? Vai ser expressa de modo pré-político, ou seja, violência pura. A Globo e a Lava Jato criaram Jair Bolsonaro, só o cego ou o mal intencionado não vê. Esse namoro com o autoritarismo tem a ver com o ataque midiático, esse conluio entre Rede Globo e Lava Jato, e eu espero que esse pessoal pague por isso um dia.  
No limite, essa chave de leitura inaugurada por Sérgio Buarque serve para justificar golpes de Estado e a Lava Jato, por exemplo?
Sim, a Lava Jato não tem nada a ver com acabar com a roubalheira. Até porque a roubalheira aumentou, isso é visível agora que temos no governo uma turma da pesada. É claro que a corrupção dos políticos existe, mas é uma gota no oceano. Esses caras são meros lacaios do mercado, os office-boy, é o que o nosso presidente é. Se você disser que o sistema inteiro é corrupto e que ele foi montado assim para que o mercado pudesse comprá-lo, aí você estaria esclarecendo alguma coisa, mas quando se diz que apenas um partido, aquele das classes populares, rouba, isso é uma mentira e um crime.
Vê saídas para essa tendência autoritária observada na sociedade brasileira?
Não tem nenhum outro modo, os seres humanos precisam ter ideias, sem ideias não dá para ir a lugar algum. É claro que isso tudo pode ficar ainda pior, a gente pode chegar a formas fascistas, mas o que a elite quer é dinheiro, se for por uma ditadura militar, se for matando gente, não tem nenhuma importância. Fato é que nesse instante de crise estamos com as vísceras à mostra e isso é uma oportunidade de vermos a podridão desse esquema que foi montado por essa elite usando e imbecilizando não só a classe média, e retirando a possibilidade de levarmos a vida de modo reflexivo. O que esse pessoal nos tirou foi a possibilidade de aprendizado da sociedade brasileira baseado na reflexão. E isso é impagável.

Fonte: Revista Cult
https://revistacult.uol.com.br/home/jesse-souza-a-elite-do-atraso/
Vídeos de superação física

 1 -
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=157871344877197&id=112456559418676

2 -
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1647438165302268&id=100001083021258


A Barca - Dona Maria unha

Davzera - Sick
("Mentira. Tomé não." Rs)

Baco Exu do Blues - Te amo , disgraça

Posada - Isabel

Música "Vida" da banda Camaleonica

Música "Vida" da banda Camaleonica, via Fernando Reis

Já viu o lyric video de VIDA, a nossa música nova, que está no YouTube? Da uma sacada em lá.

Vídeo: YouTube
https://www.youtube.com/watch?v=y2JcYcu8pVM

A parte que falta - Jout Jout

Sobre o vídeo veiculado pela Jout Jout sobre A parte que falta".

"Não há partes que faltam.
Não há falta!

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Essa semana um vídeo ganhou grande notoriedade nas redes sociais um vídeo da youtuber Jout Jout Prazer sobre o livro A parte que falta do americano Shel Silverstein.
O vídeo está entre os mais vistos da semana com quase 3 milhões de visualização no youtube.
https://www.youtube.com/watch?v=GFuNTV-hi9M

O vídeo tem uma beleza singular e traz em sua linguagem simples uma história que nos pôs a pensar.
No entanto, cabe-nos pensá-lo de outra maneira. Não como simples discordância, mas como forma de ampliar as maneiras de ver a situação.
Partimos do pressuposto de que não há falta, que nada falta ao desejo.
Diferentemente de algumas linhas psicológicas e psicanalíticas que dizem que a falta nos constitui, que somos movidos pela falta.
Ou como diz o vídeo: a vida como uma "grande preencheção e despreencheção de buraquinhos"
Há dois casos:
Uma suposição de que há uma completude e que nesse sentido, a falta precisa preenchida para alcançar essa completude. Nesse sentido, o vídeo é bem oportuno em combater a ideia de completude.
No entanto, o contra-argumento dado é que sempre vai faltar, que sempre viveremos sempre preenchendo, despreenchendo.
Todavia, partimos da ideia de que não há nem ideia de completude, nem falta a nos mover.
Nosso desejo é movido pela produção incessante de realidades.
Nosso inconsciente não é uma região cheia de buraquinhos...
Não há relação desejo-objeto. O desejo a objetos é uma grande ilusão que nos coloca sempre numa posição do negativo, daquele que precisa de algo ou alguém para preencher.
No entanto, vemos à luz de Nietzsche-Guattari-Deleuze de uma outra maneira.
Nosso inconsciente é como uma usina que sempre quer produzir maneiras de existir, independente de falta, de objetos: lidos como ilusão que obstaculariza a expandir nossa potência, por crermos numa dívida inalcançável que sempre nos paralisa com a impressão de: "Falta algo", "Falta alguém"
Visões que sempre nos colocam numa condição de afastamento de nossa potência.
Nossa potência sempre se expande, a não ser que algo busque impedi-la. Algo como a ilusão de falta.
O psicólogo da youtuber a disse que ela tinha "um problema com a falta", no entanto o problema é a FALTA. A produção de ilusão de falta na subjetividade, para que sempre se tenha uma dívida. Como ocorria com os padres e hoje ocorre com os saberes psi.
Nossa subjetividade é constituída pela multiplicidade. Coexistem em nós diversas maneiras de ser.
O que nos move não é a falta e sim o DEVIR.
Não a busca por preencher!
Mas o movimento de sempre tornar-se múltiplo, de expandir nossa potência de existir.
Onde os encontros podem aumentar nossa potência ou reduzi-la. Mas que não PRECISAMOS do OUTRO para nos preencher.
Dessa forma, não vemos a falta como um motor, mas como um impedimento do movimento de nossa potência sempre produzir a multipliSIdade."

Fonte: Esquizografias (Face)
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1818923214793336&id=997150653637267

Oração não substitui ação - Natally

"Eu verdadeiramente acredito na força transformadora das orações, das preces, das rezas, dos passes, dos mantras.  Mas, em determinados contextos, apenas "orar" não basta. A situação dos refugiados da Síria, por exemplo, é o resultado de uma guerra civil. E é importante a gente saber que a situação desses refugiados piora com o fortalecimento da extrema direita no mundo. O discurso da extrema direita promove o ódio às minorias e o ódio aos estrangeiros. Por isso, penso que além das nossas preces, precisamos nos posicionar politicamente dizendo NÃO  à extrema direita. Aqui no Brasil temos falsos "mitos" defendendo exatamente esses tipos de discursos de ódio. Por isso, se acreditamos em uma cultura de paz e se queremos um futuro melhor para as próximas gerações  não podemos deixar que o ódio institucional continue ganhando poder."
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Natally C.

Segurança por Hélio Luz

Resumé

1 -
"Os diagnósticos incisivos de Hélio Luz, ex-chefe da Polícia Civil no Rio, ficaram marcados na memória de quem, há quase 20 anos, o assistiu no documentário "Notícias de Uma Guerra Particular", descrevendo uma polícia que foi "criada para ser violenta e corrupta" e teria papel de "garantir uma sociedade injusta".

2 -
"Como você mantém os excluídos todos sob controle, ganhando R$ 112 por mês? Com repressão", disse aos diretores João Moreira Salles e Kátia Lund, na época em que chefiava a Polícia Civil fluminense, entre 1995 e 1997, referindo-se ao valor do salário mínimo de então.

3 -
"Por que cercar a favela, se o crime não está ali? O cerne da questão da insegurança não está ali. Aquilo ali é o resultado", afirma, considerando que os "meninos que estão no tráfico" são produto da desigualdade social.

Luz considera que a intervenção federal pode trazer benefícios se deixar de lado ações ostensivas nas favelas - que equivalem a "enxugar gelo" e estigmatizam os moradores - e trabalhar para recuperar as estruturas policiais, neutralizando a ação de agentes corruptos e fazendo com que os "mocinhos" - integrantes do sistema de segurança - façam jus à designação popular.

4 -
"Mas acho que temos que ter uma discussão mais consequente. Estamos falando do problema de segurança da população do Rio. Há uma questão real e podemos ter uma conversa séria sobre isso.

4 -
BBC Brasil - O mocinho é o policial?

Hélio Luz - Não só o policial. São os integrantes do sistema de segurança que operam no Estado do Rio. Pode ser bombeiro, agente penitenciário, policial rodoviário. É preciso transformar o mocinho em mocinho.

Crime organizado pressupõe atuação a nível nacional, formação de um cartel e inserção nos poderes da República. O que denominam "bandidos" no Rio, e tenho ojeriza a isso, não é crime organizado. O tráfico no Rio não é cartelizado e disputa permanentemente a área geográfica. Não tem um exército ou integrantes constantes. Tem muitos problemas internos.

O pessoal não percebe que isso é um produto da sociedade. Esses meninos que estão no tráfico são um produto direto nosso, da classe média, dos detentores do poder desse país.

BBC Brasil - São um produto da desigualdade social?

Hélio Luz - São um produto da concentração de renda. E não venha me dizer que a Índia ou outros países com desigualdade não têm esse problema. Aqui é diferente, pô. O nosso nível de concentração de renda é muito alto e resulta nisso.

A favela é produto nosso. Como é que não é produto dos que detêm o poder? Como é que não é produto da classe média? É produto meu. Como é que eu tenho aposentadoria integral e não tenho responsabilidade sobre a favela? Para eu ter meus privilégios, tem que existir favela. Isso é óbvio. O dinheiro público é um só. Se eu abocanho uma maior parte, falta do outro lado. Não há saída para isso.

Ele (o general) tem condição de recuperar as estruturas policiais e beneficiar o segmento que mais sofre com essa parafernália toda, o favelado, que é estigmatizado.

Lógico que para isso ele vai precisar de um grupo de policiais civis e militares que não usem o tal do guardanapo da cabeça. Não pode. Polícia que gosta de botar guardanapo na cabeça não serve para recuperar.


BBC Brasil - O senhor está falando do ex-governador Sérgio Cabral e do famoso jantar em Paris, com a farra dos guardanapos na cabeça.

Hélio Luz - É isso. (...)

Retirar a turma do guardanapo na cabeça é difícil, mas o general pode isolá-los, neutralizá-los. Não precisam ser todos. Na hora que neutraliza uma parte considerável, o restante se enquadra.

A partir disso, ele tem condições de reduzir as ações de vigilância ostensiva que essas GLOs (operações militares para Garantia de Lei e da Ordem) fazem, com tropas nas favelas estigmatizando essas áreas. Como se o problema estivesse dentro das favelas. Não está.

Como ele tem um comando inédito do sistema, ele pode priorizar investigações integradas e coordenadas para prender os agentes externos da insegurança.

Eu tenho muita dificuldade de chamar de bandido. Aqui no Brasil, chamar o pessoal que mora na favela de bandido é de uma incoerência tremenda. O bandido brasileiro usa terno e gravata.

Se ele (o general Braga Netto) quiser aprofundar as investigações, ele vai parar nas mesas de câmbio que operam na avenida Rio Branco (no centro do Rio).

Ninguém pode imaginar que o menino da favela tenha capital o suficiente para bancar os entorpecentes que circulam ali. Quem detém o capital que financia as drogas tem uma mesa que opera câmbio na Rio Branco e um filho que frequenta bons colégios. Se o general chegar lá, aí realmente vai estar combatendo o crime e melhorando as condições de segurança do Rio."

Taí o tipo de cara q eu discordo mas faz sentido.

________

Matéria na íntegra:

O problema do Rio não são os bandidos, são os mocinhos', diz ex-chefe da Polícia Civil

Quase vinte anos após fala incisiva no documentário 'Notícias de Uma Guerra Particular', Hélio Luz diz que intervenção federal deve atacar corrupção policial e reduzir ações ostensivas em favelas, que estigmatizam moradores.




Os  diagnósticos incisivos de Hélio Luz, ex-chefe da Polícia Civil no Rio, ficaram marcados na memória de quem, há quase 20 anos, o assistiu no documentário "Notícias de Uma Guerra Particular", descrevendo uma polícia que foi "criada para ser violenta e corrupta" e teria papel de "garantir uma sociedade injusta.

"Como você mantém os excluídos todos sob controle, ganhando R$ 112 por mês? Com repressão", disse aos diretores João Moreira Salles e Kátia Lund, na época em que chefiava a Polícia Civil fluminense, entre 1995 e 1997, referindo-se ao valor do salário mínimo de então.

Aos 72 anos, Luz está aposentado, afastado da vida pública e vive com a família em Porto Alegre, onde nasceu. Mas continua acompanhando de perto as notícias da guerra particular que não acaba no Rio.

Em entrevista à BBC Brasil, ele faz o esforço constante de deslocar o foco das favelas, que têm sido objeto de operações policiais e militares, e apontar o espelho de volta para as elites, para a classe média e para as forças de segurança.

"Por que cercar a favela, se o crime não está ali? O cerne da questão da insegurança não está ali. Aquilo ali é o resultado", afirma, considerando que os "meninos que estão no tráfico" são produto da desigualdade social.

Luz considera que a intervenção federal pode trazer benefícios se deixar de lado ações ostensivas nas favelas - que equivalem a "enxugar gelo" e estigmatizam os moradores - e trabalhar para recuperar as estruturas policiais, neutralizando a ação de agentes corruptos e fazendo com que os "mocinhos" - integrantes do sistema de segurança - façam jus à designação popular.

"O problema do Rio não são os bandidos. O problema do Rio são os mocinhos. Se ele recuperar o quadro de mocinhos, ele pode dar uma atenção real ao quadro de bandidos", afirma.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista.
BBC Brasil - Como o senhor se posiciona em relação à intervenção federal?
Hélio Luz - Eu entendo que a intervenção é constitucional. É inédita, mas é constitucional. A discussão está sendo muito reduzida ao oportunismo político de quem detém o poder. Foi uma medida oportunista? Foi, e nisso está longe de ser a primeira.
Mas acho que temos que ter uma discussão mais consequente. Estamos falando do problema de segurança da população do Rio. Há uma questão real e podemos ter uma conversa séria sobre isso.
Não vou falar no interventor, que é um cargo político, e sim no general Braga Netto, que manda no Comando Militar do Leste. O CML é o mais antigo e o mais completo arquivo de informações sobre os integrantes das polícias Civil, Militar e dos bombeiros do Estado do Rio. A troca de informação do Exército com as polícias é constante. A segunda seção das Forças Armadas sabe de tudo.
Outros comandantes do CML tiveram acesso a essas informações, mas não podiam fazer muita coisa. Agora o general tem acesso a essa inteligência e pode agir com base nela. Pode mudar o comando e mexer nas polícias. Isso é inédito.
BBC Brasil - Mas a intervenção tem data para acabar, dia 31 de dezembro. É possível resolver problemas estruturais na área de segurança?
Hélio Luz - Não, para isso, ele precisaria de mais tempo e de uma discussão mais ampla sobre um projeto de segurança. Mas ele pode recuperar a estrutura existente.
O grande problema que temos é quem executa a segurança pública. Os integrantes das polícias Militares e Civil. Se o general recuperar as estruturas internas, os agentes que provocam a insegurança ficarão limitados ao ambiente externo.
O problema do Rio não são os bandidos. O problema do Rio são os mocinhos. Se ele recuperar o quadro de mocinhos, ele pode dar uma atenção real ao quadro de bandidos.
BBC Brasil - O mocinho é o policial?
Hélio Luz - Não só o policial. São os integrantes do sistema de segurança que operam no Estado do Rio. Pode ser bombeiro, agente penitenciário, policial rodoviário. É preciso transformar o mocinho em mocinho.
Crime organizado pressupõe atuação a nível nacional, formação de um cartel e inserção nos poderes da República. O que denominam "bandidos" no Rio, e tenho ojeriza a isso, não é crime organizado. O tráfico no Rio não é cartelizado e disputa permanentemente a área geográfica. Não tem um exército ou integrantes constantes. Tem muitos problemas internos.
O pessoal não percebe que isso é um produto da sociedade. Esses meninos que estão no tráfico são um produto direto nosso, da classe média, dos detentores do poder desse país.
BBC Brasil - São um produto da desigualdade social?
Hélio Luz - São um produto da concentração de renda. E não venha me dizer que a Índia ou outros países com desigualdade não têm esse problema. Aqui é diferente, pô. O nosso nível de concentração de renda é muito alto e resulta nisso.
A favela é produto nosso. Como é que não é produto dos que detêm o poder? Como é que não é produto da classe média? É produto meu. Como é que eu tenho aposentadoria integral e não tenho responsabilidade sobre a favela? Para eu ter meus privilégios, tem que existir favela. Isso é óbvio. O dinheiro público é um só. Se eu abocanho uma maior parte, falta do outro lado. Não há saída para isso.
Ele (o general) tem condição de recuperar as estruturas policiais e beneficiar o segmento que mais sofre com essa parafernália toda, o favelado, que é estigmatizado.
Lógico que para isso ele vai precisar de um grupo de policiais civis e militares que não usem o tal do guardanapo da cabeça. Não pode. Polícia que gosta de botar guardanapo na cabeça não serve para recuperar.
Fonte: Terra 
https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades/o-problema-do-rio-nao-sao-os-bandidos-sao-os-mocinhos-diz-ex-chefe-da-policia-civil,57b3d39ea75465193e39506ab570c5banhijvq5y.html