terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Legalização das drogas

"Eu sou completamente a favor da legalização das drogas, mas vender por aí, que simplesmente legalizar as drogas vai acabar com o extermínio da juventude negra e periférica, e que também vai acabar com a barbárie que impera no sistema carcerário brasileiro, me parece um tanto quanto irresponsável." Leonardo Freire (colega face)

Reforma do ensino médio : propaganda pra que?

"Há algumas semanas me sinto extremamente incomodada com a propaganda sobre a reforma do Ensino Médio, que num tom muito sedutor, diz que esse novo arranjo dá a possibilidade de o estudante  escolher o seu futuro.  Bem bonito mesmo, mas, desconfiai das propagandas de TV!
Essa mesma TV na década de 70, fez as famílias pobres acreditarem que se elas colocassem seus filhos na FEBEM, eles  teriam casa, comida e educação, e poderiam sair de lá doutores!
Sabemos que a FEBEM não fabricou doutores!
Boa noite!"
Thais

Lemas da vida

Lemas da vida:

"Quem procura, acha."
E não seria isso uma felicidade? Não sei o porquê de usar de forma pejorativa.

Outro lema: Querer um caminho é construir um caminho.

São coisas q sempre falei porque não acredito em coincidências. Quanto mais a gente fala levamos as pessoas a lembrarem da gente e prestamos atenção a situações que tem a ver com o que desejamos.

Sempre em frente. Estacionando ou continuando, q nunca piore. Q tudo que passamos até aqui seja tentando acertar.

Vídeo fala contra Trump e Obama - parca Meryl Stripe

Não sei nada da atuação política da Meryl Streep.

Mas fica pra reflexão:

"Olha... a Política anda mais polarizada. Por isso, eu preciso dizer de antemão que acho o Obama e os democratas (que não são homogêneos) menos piores do que Trump, republicanos e em especial grupos ultraconservadores como o Tea Party. Mas é uma polarização dentro da Direita, dentro da lógica do sistema.

Achar que o Obama é de Esquerda é um sintoma do consevadorismo que vai se descobrindo e alastrando na sociedade. Quem é de Direita e acha que ele é de Esquerda, o acha porque é contra  qualquer olhar mais atento pra algumas minorias sociais. Quem é de Esquerda e acha o mesmo, é porque, das duas uma: perdeu as referências e anda desiludido ou não viu o quadro por um plano mais amplo... e sequer é de Esquerda.

Ps.: Meryl Streep é uma deusa da Arte, me importa menos o que ela falou, só tô atentando pra olharmos além." Marcel

Vídeo : de Contrapropaganda
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1820595268182598&id=1820503101525148

Obama se faz de bom moço: e o Mundo Árabe?

Mundo árabe:
"O chamado mundo árabe é constituído por dezenove países, doze dos quais são asiáticos (Síria, Líbano, Jordânia, Iraque, Arábia Saudita, Iêmen, Iêmen do Sul, Sultanato de Omã, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Kuwait) e sete africanos (Egito, Líbia, Tunísia, Argélia, Marrocos, Mauritânia, Sudão)."

Obama:

"Em 2016, os Estados Unidos lançaram 26.171 bombas em sete países, diz o especialista norte-americano em política externa e segurança nacional, Micah Zenko, no site oficial do Conselho de Relações Exteriores.

Deste número, 12.191 bombas foram lançadas na Síria, 12.095 no Iraque, 1.337 no Afeganistão, 496 na Líbia, 34 no Iêmen, 12 na Somália e três no Paquistão."

https://br.sputniknews.com/mundo/201701077368019-bombas-obama-siria-afeganistao-2016-ataques-aereos/

Desembargadores ganhando 300 mil - crise pra quem?

Imagine só:
Com um desembargador desses a gente já empregada e pagava, pelo menos, 150 pessoas!
Se vc n fizer o debate político será um IDIOTA e, literalmente, vai pagar por isso!


"Em plena crise, desembargadores ganhando mais de 300 mil por mês, “dentro da lei” "



http://falandoverdades.com.br/2017/01/13/em-plena-crise-desembargadores-ganhando-mais-de-300-mil-por-mes-dentro-da-lei/

O que realmente importa - quanto a beleza física

A gente só se importa com a beleza física enquanto ainda não encontrou com o que acha realmente importante nas pessoas. Com aquilo que faz parte do corpo delas. Do corpo inteiro.

Harmonia não é concordar em tudo. É liberdade. O resto é carapuça e hipocrisia. É  fingimento por medo de perder pessoas que nunca tiveram por causa de um mundo de superficialidades... q é o mais comum.

Belchior - Fotografia 3 × 4

"Mesmo vivendo assim, não me esqueci de amar
Que o homem é pra [amar] e o coração pra gente dar
...
Esses casos de família e de dinheiro eu nunca entendi bem
Veloso, o sol não é tão bonito pra quem vem do norte e vai viver na rua
A noite fria me ensinou a amar mais o meu dia
E pela dor eu descobri o poder da alegria
E a certeza de que tenho coisas novas
Coisas novas pra dizer"

Belchior - Fotografia 3x4

Li como novo: Guardador de Rebanhos (Pessoa)

Nossa. Caiu muito bem. Parece que eu nunca tinha lido antes. Gosto muito disso que nega a memória porque acontece de novo mas não como repetição. Mas como novo.

"Li hoje quase duas páginas
Do livro dum poeta místico,
E ri como quem tem chorado muito.

Os poetas místicos são filósofos doentes,
E os filósofos são homens doidos.

Porque os poetas místicos dizem que as flores sentem
E dizem que as pedras têm alma
E que os rios têm êxtases ao luar.
Mas flores, se sentissem, não eram flores,
Eram gente;
E se as pedras tivessem alma, eram cousas vivas, não eram pedras;

E se os rios tivessem êxtases ao luar,
Os rios seriam homens doentes.

É preciso não saber o que são flores e pedras e rios
Para falar dos sentimentos deles.
Falar da alma das pedras, das flores, dos rios,
É falar de si próprio e dos seus falsos pensamentos.
Graças a Deus que as pedras são só pedras,
E que os rios não são senão rios,
E que as flores são apenas flores.

Por mim, escrevo a prosa dos meus versos
E fico contente,
Porque sei que compreendo a Natureza por fora;
E não a compreendo por dentro
Porque a Natureza não tem dentro;
Senão não era a Natureza."

(Guardador de Rebanhos, XXVIII)

Rebelião em presídio do Rio Grande do norte

Rebelião em presídio do Rio Grande do norte: a Rede Globo só fala da briga entre facções. Animais,  não?

Ah. Vale lembrar que não existe teletransporte pra armas daquele tamanho.  E que tb não dá pras visitas botarem debaixo da saia pra entregar SEM OS PRÓPRIOS POLICIAIS do local saberem.

É  óbvio mas precisa ser dito. A falha é  sempre coletiva. Ninguém erra sozinho.

O cenário é de? GUERRA.

Quantos governos lançam mão dessa mesma técnica nas competições econômicas? Religiosas? Políticas?

Se bandido bom é bandido morto, vamos visualizar que tantos advogados e forças armadas não dão conta de cumprir a própria lei, então não podem zelar por ela. Vamos lembrar d Cunha e Cabral e de como jamais a lei mataria quem tem poder econômico mesmo esses, que estão descobertos. Rs

Nos nossos municípios não é diferente.
Cada vez que denunciam no jornal o absurdo da saúde e esse sistema de (des)organização de filas (o famosíssimo SISREG) que assina em baixo de tantas mortes, analiso como é comum esfregar a dor da população na sua própria cara sem que se ajude em nada essas pessoas a reagirem.

Me faz perceber que tipo de jornalismo é esse (que eu não aguento mais e, por isso,  raramente vejo) que chega em tanta gente e não muda nada.

Me faz pensar porque não basta pras pessoas, verem uma notícia como essa pra se revoltarem. Me faz analisar como você tem q ser muito privilegiado pra ter tempo de pensar e se formar, antes de ser vencido pelo bordão de que "não adianta fazer nada", mais uma vez, porque a lei é só para os protegidos políticos. Em todo lugar.

. Precisamos descansar e falar sobre o que nos incomoda.

. Nos unir enquanto povo pra dizer o que o governo deve fazer, e não o contrário.

. Encher o mundo de milhões de grupos que discutam e se proponham a fazer alguma coisa, um dia no mês , no próprio bairro. Seja pra se ajudarem, seja pra conhecerem a realidade da sua cidade e, assim, poderem cobrar melhorias.

. Que esses vários grupos valorizem as iniciativas de pessoas conhecidas que se disponham a dar uma aula de futebol ou de matemática seja de forma material ou financeira;

. Que sejamos mais éticos nos nossos trabalhos ao invés de brigar entre nós por causa de ordens ruins e ver no nosso semelhante um inimigo;

. Que a gente substitua a lógica de guerra e da competição que nos separa, em favor de uma lógica de cooperação. Eu não preciso pagar na mesma moeda se meu objetivo é fazer um bom trabalho;

. Vamos brincar e cantar, mas também debater a boa política. Essa que está no nosso cotidiano e que nos priva d direitos se a gente só deixa quem tem dinheiro resolver e nem sabe o que a gente vê e passa decidir.

...

Tem muito o que ser feito. E com alegria apesar do cansaço.

Horas de vôo e Teori - por Marco Antônio P.

Publicação dos amigos sobre a morte de Teori, relator da Lava-jato.

Marco Antônio P. Da Costa:
"Meu pai tem entre 30 e 35 mil horas de vôo na Amazônia. Garimpos, balatal, Marajó de cabo a rabo. É daqueles contemporâneos do "Deixa Comigo", do "Pantera Cor de Rosa" e toda uma moçada acostumada à pistas de 200 metros em aclives dentro de vales e outras adversidades. Quem é da Amazônia conhece nosso clima e nossas chuvas. Os CB's da Amazônia não são de brincadeira. Só meu pai caiu 5 vezes e tá inteirinho aqui do meu lado, e isso tudo quase sempre em modelos de avião da Cesnna monotores. Esse avião que caiu é dá Beechcraft, bi motor, novo e todo revisado. Se pára um motor, tem outro. Os ventos do momento eram de 11 nós, e chovia pouco, muito pouco para um avião que é considerado muito seguro e apelidado de King Air. Há uma brincadeira na aviação que diz que de tão bem feitos e de tanta qualidade "um avião da Beach dá dois Cesnna e três Piper". Não poderia ter apenas o piloto, o padrão era ter um co-piloto. Cair há 2 KM da pista?  Já é a "final curta", já tá "visual" e não "instrumento". Tudo, mas exatamente tudo, indica uma sabotagem. Mal súbito do piloto? Erro humano? Pane seca? Não dá pra afirmar. Não há nada de conspirativo imaginar essas coisas. Passada as possibilidades técnicas, basta dizer que muitos canalhas dormiram felizes e aliviados, simulando suas ditas "solidariedades". O Brasil não é pra amadores."



Quando fui a Córdoba, Argentina (♡),  apresentar uns trabalhos em um evento da universidade desse local em 2011, conheci uma antiga cadeia aonde foram torturads e morts tants press políticos e que tinha virado o "Archivo Provincial de lá Memoria". Dá pra ver obviamente a arte a serviço da (daquela) história,  algo tão necessário e importante. Era inevitável entrar no clima.

Acho que não tem muito como julgar as pessoas pelas fotos sorridentes porque informa muito pouco, mas fico feliz de demonstrarem estranhamento em relação ao aparente comportamento, na falta de oportunidade de fazer uma intervenção mais profunda e constante no local, de fato.

Havia algum contato com a tristeza daquelas histórias, no labirinto em que se transformara  a cadeia pra gente passar. Em uma cela subterrânea, passava um vídeo preto e branco louvando a ditadura. Era o lugar ideal pra se falar em ditadura. Mas a maior das intervenções, além das fotos por todos os lados, foi a da sala branca com uma bicicleta azul.

VC SUBIA NA BICICLETA E COMEÇAVA A PEDALAR. ISSO GERAVA ENERGIA PRA UM RÁDIO QUE ESTAVA AMARRADO A SUA GARUPA. A MÚSICA TE FAZIA SAIR DO LUGAR, DANDO SENSAÇÃO DE IR ADIANTE. A SUA FRENTE, TINHAM DOIS CARTÕES POSTAIS:
. UM VIRADO DE FRENTE, COM A FOTO DA MESMA BICICLETA;
. OUTRO, DE COSTAS, ONDE SE LIA A HISTÓRIA DE EDUARDO GOLDAR, DESAPARECIDO, DEIXANDO A BICICLETA COMO LEMBRANÇA  DA SUA AUSÊNCIA. E A "ESPERA ETERNA QUE UM DESAPARECIMENTO PRPDUZ".

Esse link foi o primeiro que achei. Nada muito bom, mas tem algumas fotos e outros detalhes essenciais pra se vislumbrar o clima do lugar que citei.

http://www.360meridianos.com/2015/02/cordoba-e-ditadura-militar-na-argentina.html

"Boa" viagem.
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"Yolocaust. Um site está alterando fotos tiradas no memorial do holocausto em Berlim inserindo imagens reais do holocausto. A ideia é questionar a alegria e animação de pessoas em um lugar que foi feito para lembrar um dos maiores massacres da humanidade.


*Link para o site nos comentários."


Sobre:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1344671155589268&id=165205036869225

Fonte :

Morreram - Lapa

Morreram

Estava lá. Com o pessoal que tenta, através do teatro do oprimido, alçar novos voos nos seus trabalhos.
Eis que nem todo vôo é  figurado.

Um corpo se lançou de um prédio no chão.

Não ouvimos essas histórias todos os dias? Mas que diferença faz quando essa tristeza acontece tão próximo de vc? Na esquina em q vc está?

Por que isso haveria de chocar?

O que eu tenho a ver com isso?

Fui lá.

Um moço chamava o SAMU. No meio de tanta tristeza me orgulhei dele. Pus aquilo em palavras. "Tenho orgulho d vc!! Que isso seja ser humano.". Mas eu não ignorava. Que o garçom do bar em que eu estava tinha andado na minha frente.  Com um sorriso, tirou foto. Me guardei. Pra primeiro me dar essa chance q eu tive de me orgulhar.

Fui atrás do garçom.  Não era raiva.  Era como quem preparava o corpo pra uma luta, pra uma porrada.  Entrei no bar. Falei baixo: "vc acha certo o q vc fez? O q vc vai fazer com essa foto? Vc vai ficar olhando ou vai jogar na internet?".

Sem mais ele falou "tu é  da família? ". Falei "todo mundo é. ". Ele retrucava e falava q ele faria o q que ele quisesse.

Meu irmão. ...

Aí o grito veio.
Falei alto mesmo. Veio todo mundo.  Dono de bar, cliente preferida.  Eu ali no termômetro. Analisando até onde dava pra ir.

Só um momento fazia todo mundo engolir frio durante 1 segundo:

"SE FOSSE DA SUA FAMÍLIA?
VC IA QUERER VER ANTES D SABER?
TEU FILHO?
TEU IRMÃO?
TEU PAI?
VC IA QUERER VER COM AS TRIPAS PRA FORA NA INTERNET? ENTÃO?".

Engolir antes de falar.
Foi o q puderam fazer.

E eu disse: ENTÃO A GENTE CONCORDA. SEU PROBLEMA NÃO É COMIGO.

Disse o dono do bar que nada podia fazer. Q era a "liberdade dele de tirar foto". Eu falei que não.  Que era uma questão de humanidade e que se a gente não era capaz de se horrorizar com uma atitude daquelas era o nosso mundo que estava perdido.

Ele falou que ia pedir pra apagar.

Suicídio ou assassinato.  Por que acontecer do nosso lado faz tanta diferença?
Por isso.

Não consegui comer.
Ou era o corpo da luta ou o do prazer.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Ano Novo: morri, morreu?

De repente, acabou. Assim. E tudo. Demorou pra eu entender o fim.
Pensei: morri. Morreu. Morreu a vida que eu conhecia. Morreram os momentos infinitos que me desenharam e que me fizeram desfecho nessa que até então achava que era. Morreram pessoas que fiz minhas, em constituição de tempo que também achava meu. Perdi chão, perdi céu, perdi tempo. Pensei de novo: morri. MORRI! Por que, como faz? Como faz pra se viver quando se crê morta? Como se continua a partir do fim que grita como se derradeiro fosse? Como faz quando se perde identidade, e se passa a ser vácuo por dentro? Como a gente esquece a gente?! Como? De onde? Com o que se renasce? Com o que se reinventa? Como se vira outra depois que a gente já virou coisa nenhuma? Como?!
Tempo, senhoras e senhores. TEMPO. Tempo,  com tempo cicatriza. Se cura, não faço idéia,  porque ainda me sinto aberta. Carne viva gritante. Mas viva. E, quem diria, brincante e dançante! Sou sobrevida. Estou sobre a vida. Estou aqui. Ainda.
Feliz 2017. Porque, adivinha, 2016?! Eu não morri. ♡

Alexandra Montava no
(Amiga da galera, Williana)

Mundo e Quintana

"Esse mundo pode ser que não preste, mas é tão bom de olhar."

Mario Quintana

!

Feminismo: ninguém é superior

Ninguém é superior a nada e vice - versa.
Ainda não fazemos partenogênese também.
Acho que quando conseguirmos estabelecer narrativas que fujam do gênero como delimitante poderá ele ser usado como mais uma característica da natureza tão diversa em sua infinitude. Nos somarmos nas nossas diferenças para além disso.

E essas ligações entre pessoas serão sempre algo melhor,  mais coletivo, mais profundo pra quem se propuser. Relembrar algo tribal em nós (nesse sentido de desfazer o muro da família so nuclear).

Quando tocamos realmente nos seres, em tudo que existe da natureza (não esse concreto que nos isola do chão, se saber como é  a terra e o que eu poderia obter dela), sejam eles pessoas, bicho,  planta , outras naturezas, não tem nada melhor do que tá junto.

S.

Saúde dos gordos?

"Nem adianta tentar. Seu comentário é gordofóbico, sim. Você não liga para a saúde do gordo. Muito pelo contrário, inclusive.

Aliás, você não liga para a saúde de ninguém, vai ligar para a do gordo por quê? Você não liga se seu amigo bombado toma anabolizantes. Ou se seu amigo magrelo vive a base de cigarro, café e sanduíches. Ou se sua amiga bebe todo dia. Ou se seu outro amigo não come frutas. Ou se sua outra amiga não toma sol. Ou se aquela outra amiga toma sol sem proteção solar. Ou se seu amigo nunca fez o teste de HIV. Ou se sua amiga não faz o auto-exame da mama. Ou se seu pai não faz exame de próstata porque não quer o médico dedando ele. Ou se sua amiga dorme 3 horas por dia apenas. Ou se seu primo só come coisas industrializadas. Você não liga para a saúde de nenhum deles. E você também não liga para a saúde das pessoas gordas.

Porque você não quer saber se a pessoa gorda tem uma alimentação balanceada e uma vida ativa. Você vê que a pessoa é gorda e pressupõe que não.

Você não é médico e nem viu os exames de sangue da pessoa gorda. Mas você pressupõe que estão péssimos.

E aí, quando você vê a pessoa gorda emagrecer, você diz "nossa, tá ficando linda!". Ou "você está tão mais bonito!". E você não quer saber se a pessoa está emagrecendo de maneira saudável ou se ela está fazendo jejum e vomitando o pouco que come.

E você, definitivamente, não tem a menor preocupação se a pessoa gorda, de tanto ouvir comentários gordofóbicos, está deprimida.

Então pare. Não é sobre saúde. Nunca foi."

Fonte: página Igreja de Santa Cher na Terra
Face, 4 Jun 2016

~R Wilbert

O grito

O grito

Logo eu, que não gritava. ALTO eu falava. Que achava horrível OUVIR as pessoas brigando. Logo eu que me segurava. Mas eu me segurava não pra não gritar , porque eu não sabia gritar. Eu me segurava pra não ferir. Me arrependia quando feria. Nunca dá pra atingir uma pessoa só ou eu podia ser melhor do que aquele método.

Gritar era coisa de "favelada".

Cotiadianamente penso em como me defender. Que eu não sabia gritar se fosse preciso.  E se eu precisasse gritar e não só falar alto? E se eu precisasse... ferir? Qual a função dessas ações nessa sociedade?  Eu estaria tão distante dessa necessidade se perambulo por tantos cantos?

Foram 13 situações de assalto. E se eu precisasse gritar pra me defender?

Mas hoje assaltaram minha paciência. Algo nítido pela roupa que eu saí (calça, tênis, mas com uma blusa transparente e aberta nas costas). Homens me chamando e me olhando o tempo todo.

Ignorar
Ou
Reagir?

Eu achava horrível OUVIR as pessoas brigando. Mas elas também brigam no baixo.
Oprimem baixinho.
O tempo TODO.
Ferem com uma aparente edução.

(Quando é alguém que amamos, aquele que deveria ser mais que namorado, teu parceiro, dói muito mais!)

Se bolinam dentro dos seus ouvidos como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Analisei a conjuntura, concluí: Eu não ia deixar esse omi fechar o século fazendo isso!

Reagi. Gritei. Expus dois idiotas. Um era um velho que ainda me encarou ainda por cima quando eu olhei pra trás. Ah mas eu voltei.

"Quem você pensa que você é?
Nessa idade?
Não tem vergonha não?
Não tem filha?
Não tem neta?
Não tem mulher não?
Tá muito enganado se acha que vai ficar mexendo com os outros na rua.
São outros tempos.
Seu nojento. Sem vergonha."

A mulherada na rua me apoiou.

Tem como fazer isso sem perder a paz?
Mas olha... que paz.

Limiar entre o joguinho e o tempo

(...)
As pessoas têm um ritmo. E perceber o limiar entre o ritmo e o joguinho é tentar entender isso
Joguinho eu desconstruo logo. Trato todo mundo com naturalidade e falo o que gosto e o q não gosto. Se não tiver espaço pra isso, eu nem continuo.

Pra n perder meu tempo sempre prefiro q, ficando ou não,  as pessoas se tornem amigas. Aí sempre valerá a pena e haverá um depois. Quando não há um depois, acho que perdi meu tempo. As pessoas, em geral, se limitam pelo fim do desejo sexual ou da relação de ficar (ou namorar) quando não se relacionam para além disso (o/a atual namorad tb dificulta relações de amizade nesse caso, principalmente se elas não forem solidificadas antes da pessoa entrar numa nova relação). Isso faz com que elas, q gostavam de alguma forma de vc, n gostem mais. Fica o ego ferido e uma lembrança q n vale a pena. Pra q q eu me enredaria nisso? Rs


sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Dizer amor-livre mas agir como sempre

Sobre aquela mesma coisa de sempre disfarçada de amor-livre

Já faz um tempo que não estou buscando (mais) uma relação sexo-livre, como as outras que eram comuns me acontecerem – por alguns motivos que vou explicar mais pra frente. Mas como as coisas vão acontecendo, organicamente, por elas mesmas, a gente muitas vezes perde a racionalidade e deixa acontecer. Tudo bem, embora eu não busque, é bom (exceto pelos motivos que me fizeram encher o saco disso).
Pelas minhas experiências nesse tipo de relação, e observando o que acontece de forma parecida nas outras – principalmente com as moças -, consigo perceber que alguma coisa bem estranha acontece nesse universo.
As pessoas com quem desenvolvi, até sem saber, relações sexo-livre são geralmente: homens que buscam/lutam (ou pelo menos mantém esse discurso) para se afastar das amarras monogâmicas. Com a posição de “amor sem posse é possível, o amor é livre”, etc. Muito bonito, muito harmonioso. Só que pelo que pude perceber, é que eles acabam não mergulhando, e sim só molhando os pés.
Abrindo um parênteses imaginário pra explicar melhor: eu busco me relacionar de forma diferente e, usando de comparação ou pequena análise, as pessoas podem me enxergar no grupo de pessoas “livres”. Ou seja, estou disponível, assim como não vou encrencar com nada também. Então conheço essas pessoas, trocamos muitas ideias interessantes e na semana seguinte tomamos uma cerveja, nos beijamos, transamos. Aí isso se repete algumas vezes, mas as trocas de ideias vão sendo bem escassas, o interesse no outro menor ainda. Mas eu permaneço sendo alguém disponível para sexo.
Enquanto eu desenvolvo um grande apreço pela pessoa, por poder compartilhar com ela algumas trocas (ideais e corporais) – tendo ela como personagem vivo e presente no meu processo de desconstrução, o mesmo não acontece de forma recíproca.
Nos encontramos algumas vezes, – por acaso, na maioria delas -, um “oi, tudo bem?” esquisito, seguido por um beijo (beijo esse que não é a demonstração do carinho/apreço/afeto, e sim apenas um passo pra ter certeza de que o sexo ainda pode acontecer). Então esse beijo aceito significa que sim, o caminho continua aberto e sim, eu ainda faço parte desse universo dele. E aí, foi só um beijo, dois beijos e lá vou eu novamente sendo guiada pra um sexo completamente estranho, mas bem comum, disfarçado de liberdade – onde eu não me sinto nada segura.
Esses caras não vão criar vínculo nenhum. Não serão pessoas que falarão “oi, tudo bem?” realmente importando-se com isso, porque não se importam. Quer dizer, percebo que os homens chegam até mim demonstrando interesse, falando de relações livres e de como o mundo é bonito. E depois que dormimos juntos, o objetivo “livre” já foi alcançado e eles podem continuar vivendo normalmente e me colocando na lista de pessoas disponíveis. O que é isso senão continuar reproduzindo a ideia pessoa-produto? Ou, no caso, mulher-produto.
Aprofundando na minha situação enquanto mulher na posição sexo-livre: os homens não me consideram uma pessoa para somar, trocar. E sim pra fugir do usual. Inclusive muitas vezes percebo que na verdade eles estão até buscando um amor romântico e fantasiado com alguém, paralelamente, mas mantendo o discurso amor livre comigo pra ter sexo livre.
Quero dizer que é fácil gritar amor livre aos ventos. Qualquer um pode fazer isso. Mas o que eles estão fazendo de diferente? Se antes de questionarem a monogamia, eles também tinham várias parceiras sexuais, sem envolvimento, preocupação e cuidado – e ainda com respaldo pra isso? Não só respaldo, como também um grande prêmio por isso. Na verdade o que acontece então é a mesma coisa de sempre, mas com um nome diferente. Ou seja, sem desejo algum de realmente criar laços mais verdadeiros.
Não reduzo esses laços apenas às relações nesse campo, repensar nossas relações significa olhar pro que o capital impõe. Falta de tempo, competitividade, pressa, não ouvir o outro, não se importar com o outro. Falta de presença nas relações, de ser, de estar, de disponibilizar a sua existência. Só que romper com isso é um processo. Um processo a ser descoberto e construído de forma individual, mas com toda certeza coletivamente. Isso envolve diálogo, verdade e presença.
E eu não estou esperando um amor romântico de filme, que a pessoa se apaixone por mim loucamente. Pelo contrário. Eu luto pra que a gente se importe um com o outro, eu espero que o porteiro do meu prédio sinta-se amado quando eu pergunto se ele está bem, porque eu espero que ele esteja bem e espero que ele sinta-se confortável pra me pedir ajuda. Porque sim, as pessoas precisam de ajuda, precisam da relação com o outro de forma verdadeira (e o caos se sustenta justamente nesse afastamento, nesse não estar presente. E é contra isso que estamos, ou não?)
Eu até gosto de sexo-livre, quando a relação me deixa bem consciente do que tá acontecendo. Eu tenho tesão, gosto de dividir essa disponibilidade com alguém. Sexo é divertido, gostoso, saudável. Mas são pessoas. Ou seja, são pessoas com quem me relaciono. E pra mim, por ser mulher, preciso parar e pensar a cada momento sobre qual papel eu estou ocupando.
Resumindo: ter sexo livre da forma sacaneada como ele acontece, principalmente pras mulheres, não vai sanar minha sede por relações verdadeiras num mundo caótico. Não vai.
Relações livres, ou qualquer uma que se disponha a questionar a monogamia, não diz respeito a quantos parceiros sexuais você tem. E sim à forma como voce se relaciona.
Percebo que repensar isso – falando pessoalmente – significa transformar como eu me posiciono diante das outras pessoas. Refletir que situações de poder existem em toda relação, seja ela “amorosa” ou não. E que precisamos nos cuidar, ajudar o outro a se cuidar e cuidarmos juntos. Até poderia fazer considerações sobre a dificuldade da mulher (e de diferentes “ser mulher”) nessa desconstrução toda, mas prefiro deixar pra outro momento.
E é com muito auto-cuidado que escrevo. Esse texto começou com uma vontade de tornar explícito algo que me incomoda. Mas é um texto pra mim, antes de tudo.
Cuidando pra que não aconteça da forma que eu não gosto. Como proteção, auto-cuidado, por saber a minha posição.

Fonte : Versoando
Júlia Vitta da uff
https://versoando.wordpress.com/2014/10/01/sobre-aquela-mesma-coisa-de-sempre-disfarcada-de-amor-livre/