Jéssica é dessas pessoas que mesmo longe estão tão perto que perto é dentro de mim! ♡
Minha mãe tb é shirley e eu tb sou essa poesia! ♡♡♡♡♡
Poesia de Jéssica Alves:
Dócil
Sempre quer fazer poesia com a dor
Mas tua leoa viril está vindo a tona novamente
Toda venusiana, afrodita, feitiçeira das braba
Sempre quer fazer da feitiçaria amor
Mas um dia, ela cansa
Porque altruísmo excessivo
É um opressor fantasiado de bem-aventurança
Um dia, quando um homem em tom 'diminutivo' me disse:“você é pomba gira demais”
Demorei, mas encontrei: "há o tempo dele de reconhecer o feminino dentro de si"
Quando o tiver experimentado, saberá que não há como delimitá-lo
Mas, se caí na laia dele
Permiti minha curiosa ingenuidade desaguar no mar
Mais uma nuance, da divers(a)idade do meu Ser
Da mandinga à delicadeza, leveza, escorrida pureza
E elas também te mostraram a força de ser fina folha ao vento
Porém, não se engane, a Mulher que gesta e pare o mundo não estaciona em seu criar
Volta a se ouvir, ainda que distraída se imaginar...
Quero pedir perdão as Mulheres que traí a confiança
Perdão, porque nossa dor jamais será menor que nossa benevolência
Porque nossa dor é também nossa compaixão
E nossa benevolência sobreposta a ela é ego-razão
Ser fria e cruel acreditando-me amorosa e liberta
Não existe equanimidade em supostos opostos complementares
E sim em complementares dispostos a se unir
Talvez você e eu tivéssemos esperado aquela felicidade há um tanto de tempo
E nesse tempo, quando ela chegou, vimos o quanto ela é igual a tudo nesse Mundo
Viagem ligeira, passageira e voraz
Porque a felicidade nunca será real em cima do sofrimento alheio
A felicidade é sentida, mas, em sua inteireza, contemplativa...
A felicidade é contemplativa, mas, em sua inteireza, sentida...
A roda não para não
Agradeço à Deusa pelas desilusões do caminho
Oportunidade de olhar pra trás e seguir adiante dentro do meu ninho
Experimentar a raiva aqui dentro e lá fora, com todas e todos que se revelam adiante e dentro de mim
E sentir na pele o roer da angústia de ser centro e vão.
Toda entrega é uma aposta no escuro, um ato de amor genuíno
Pode ser que eu tenha me ludibriado como anfitriã do vazio
Mas era mais uma crença indelével em uma história finita
E essa embriaguês de um ponto zero conquistado a dois
Quando o vazio chegou, execrando as cores
Disse: somos um, sobriedade e torpor
Eu e eu, somente eu e você mesma.
“O resgate da dor é a própria potência latente”
Intelegível caos, que só autônomo se organiza
Se respeitado, ele se acomoda seu próprio lugar
Ai de mim não entender isso
Ai de mim pretender coesão se estaremos sempre nos fazendo e perdoando
E esse lugar, você própria terá que se colocar
Mais uma vez por dor e por amor.
Feliz de nós, Mulheres, que sabemos o que é isso
Infeliz de nós, Mulheres, que sabemos o quanto é foda ser nós mesmas
Nesse eterno lamento Janaína de ser Mãe, compartilhamos desse conhecimento com o mundo aonde vamos
Algumas de braços abertos, outras fechados
Porque o mundo é Pachamama
Acolhe à Todes e se expressa da forma como quiser em cada (en)canto nosso
Porque nem todas aqui dentro sabem receber
Assim como nem todas sabem doar
Então, talvez, eu esteja indo pelo caminho certo
Todas somos diferentes
Só nos resta o apaziguamento em todo e qualquer momento
E de novo, lembre-se, amar não é ser complacente
A paz é bordada com o rugir de dentes felinos
Sim, você estava certa
Minha mãe abre a porta do quarto
E lá se prostra a imagem da minha reflexão
Sinto raiva das nossas semelhanças, pelas nossas diferenças, mas, sobretudo, das minhas insustentáveis querências
Anos depois nos reencontrando
Como é árduo se amar e se perdoar
Como são frágeis os limites do Amor, e assim, da Vida
Talvez o trabalho mais controverso, duro e sério que há
Mas... nossa história é a de todas nós... e nesse lugar, posso te abraçar de novo
Posso me sentir sendo refeita por ti, com a minha concessão de ter vindo em você
Complexas e contraditórias
Agora vamos crescer
Me chamo Jéssica e você Shirley
E vou começar a compartilhar nossa história nesse Mundo Pacha
Que tanto precisa de nós e que por ele continuarei a andar descalça
Que responsabilidade que é ser Mulher nesse Mundo
Nesse Corpo-Mundo-Mulher.
(By Projeto 2-0-1-7: Mundo adentro e afuera. Para me desencorajar da crença de que um dia estarei pronta. Sou uma força da natureza que não pode ser detida. Para minha mãe e todas as irMães que somos.)
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