terça-feira, 11 de fevereiro de 2020


(1)
Minha trança
Meu terço
Q rezo pelo meu corpo
Pela minha terra
Pela terra do outro
Pelo outro corpo
Até desterçar
Todo povo

No momento mais sensível
Sinto cada dedo
Respiro, enquanto toco o cabelo
Falta palavra rezada
Cada ritual não vendido
Nativo
Q preciso
Q desconheço
Que chamaram índio

Se me dói o braço
Encontro meu limite
D não conseguir continuar em mim
Inventam uma cura
Estrangeiros astrais
Imagino a chuva
...
Ou a barragem
Q levou a casa
Q levou a vida
Vale!
Enquanto a Coca Cola
Todo verão vibra
Carnaval vai, vai.

Cura não é algo individual
A cidade inunda todo ano
A gente ainda acha normal
Culpa o lixo e não o canal
Política marginal.

Conexão
Cabeça,  genitalia,
espírito, coração
Natural, universo em expansão

Mas se a natureza cobra
Não sou mais natural, não.
Só quero o que eu quero
Só alegria, pureza, e conforto.
Aí parece q, assim,
O dentro sou eu preso
Dentro de mim.

Que voltemos ao seu ritual
Natural
.



(Parte 2)

Voltemos ao ritual
Sem sangue
Natural
.
Mas
Mais prédios são feitos,
Mais gente sem casa,
Mais alto os preços,
Mais terras concentradas
O Estado disfarçado de direito
quem manda na pátria é o DINHEIRO.
.
Quero me regenerar
Mudar o jeito de ser
De morar
Todos os bichos respeitar
Me purificar.
.
Mas que meditação
Não ignora o pobre?
Fazendo da sua vida uma sorte?
Que oração ESCOLHE antes da fome
Que não agradece só a deus
Mas salva o campo
Quando INEVITAVELMENTE come?
Quem é que sabe
De onde vem o que COnsoME?
.
É  prático
É  rápido
Só quero o que tem no mercado.
.
Seu sábio pode ser famoso
Mas vc precisa saber também:
Como, de onde, e quem.
.
Todo dia, todo dia
A gente caga na água
Que precisa beber
A gente faz virar lixo
O resto do alimento
Que n volta pra terra
Por causa do cimento.
A cidade vai enchê.
depende de você.
.
Alguém ri ao fundo
Deforma teoricamente
Qualquer escape da cidade
Velha era Esquerda
New age na universidade.
Mestras e mestres são confundidos
Com superheróis e títulos.
.
Medito
Mudo meu chão
Comunidade com intenção
Aperto a mão do produtor
Antes da oração
Ensino, aprendo, criança, criação.
.
Piquete no palácio
O que você faz todo dia
É revolucionario.
.
Não é saber como fazer
É  desejar
Tentar
Entender que não existe
Dentro sem fora.
Se aproximar
Até cair da terra plAna
.
Eu peço, eu agradeço
Pela beleza dos meus limites
Pela chance do autocuidado
Pelo teto inabalado
Pelo amor a mim e ao próximo
Que o nosso amor divino
Torne o povo
E todo dia sagrado
.
Na medida em que me curvo
E desejo em ato
Um mundo sem agrotoxico enricado
Agráriamente reformado
Onde quem rouba milhões
Não valha mais
Que pobres cortados.
.
Medito
Uma terra
Um Rio.

S. 

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