terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Casas (Fruta de Conde)

Na casa do meu pai, quando minha família ainda morava toda junta (e quem não vivia junto se reunia), as vezes eu sentava na mesa da sala (não podia!!) de madrugada (tb nao podia! Logo eu!) pra observar o pé de Fruta do Conde no quintal. Era um pé perfeito. Depois que todos dormiam, eu ia vê-lo.

Era totalmente sombrio do outro lado da rua, mas não era época de medo. Eu olhava o pé e o escuro.

Como toda perfeição tem fim,  o pé crescia bem na linha dos fios da rede elétrica. Pensava no tempo. Que um dia ele ia ter que sair de lá. E eu também. Que tudo ia ser diferente.

Eu sabia que lembraria daquele momento e pensava "não quero sentir falta, nao tem nada demais". "Hojes" eu cuido mais das plantas da parte de trás da casa atual, do que a parte da frente.
Diferente da outra casa da infância, da qual era natural partir, pra essa de hoje eu tive q voltar depois de ja ter partido, pra cuidar da minha mãe. Tive que QUERER ficar e pra isso comecei a plantar. Até que ela partisse pra muito mais longe do que falta ou saudade pudesse explicar e agora é hora de partir de novo.
Ela deixou muita coisa e seu pé : de Fruta de conde nessa outra casa também . Eu jurava que os pés em vaso não iam dar em nada. Mas só por esse eu não torcia. Vai ver era porque a maioria das frutas do pé bonito não maduravam.  Decepção. Hahahaha Só parar pra pensar q acaba qualquer perfeição.
Hoje fui lá na parte da frente da casa como se fosse uma estrangeira. E tinha uma fruta grande pendurada fazendo tudo presente. Eu não esperava! (Obs.: mãe, vc achava o seu pé horrível. Aqui te dei um pé bonito, mesmo que não seja perfeito
 Dá fruta boa pra partir de novo!  Rs)

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