sábado, 18 de julho de 2015

Conto de fadas ou guerreiros sem guerra

Texto de 29 de dezembro de 2014

Conto de fadas ou guerreiros sem guerra
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"E o caminho da felicidade ainda existe: é uma trilha estreita em meio à selva triste."
Eu vejo as pessoas perdoando coisas imperdoáveis so pq elas são sozinhas ou novas demais...
As vezes, elas n tem ning. Perdoam quem tem.
Sem condições de se protegerem, de se sustentarem ou fugirem para um lugar seguro a maioria das pessoas novas q vejo agem como "tendo q aceitar". E fugir acaba sendo perdoar e aceitar, o q parece muito bonito do ponto de vista moral cristão, mas não educam ninguém, principalmente quem foi perdoado a não abusar sexualmente de crianças, por exemplo. E a justiça, claramente morta na terra, está só, no céu, e "Deus vai fazer ele pagar" e todos nós não precisamos fazer mais nada(?). Não posso incitar a revolta nesse sistema perverso. Mas sei q não estou só.
Não adianta nem mesmo concordar com a crítica se não mudamos de atitudes no sentido d produzir proteção para quem precisa. Isso envolve falar e encarar assuntos difíceis que vão do sexo ao abuso, por exemplo. Recusamos todo santo dia a possibilidade d sermos heróinas/heróis, fascinados pela fantasia da capa vermelha ou da máscara de morcego. De achar d forma fabulosa q o bem e o mal estão separados e d q alguém de fora (e do alto) vai, magicamente, salvar a gente. A ideia de heroismo tem q passar por aquilo q precisa mudar no cotidiano e não pela anestesia. Por entender q tem figuras aparentemente boas como "o bom pai" q estupram adolescentes em seu "lar" ou "a boa tia" q agenciam a prostituição aliciando a própria filha ou a filha dos outros ainda criança para homens (mais) velhos. Eles não usam etiqueta dizendo como lavar para se tornarem novos! Vejo que, em muitos casos, essas pessoas seriam até denunciadas se o agressor não fosse tirado de casa e fosse incluído num acompanhamento mediador q o fizesse parar (e não acabasse com ele enquanto provedor da família). Mas isso ainda não vi acontecer. Se tem algo pior do q o abuso é morrer de fome.
Numa vida pautada pela ideia de felicidade e prazer, ninguém quer passar pelo q dói. Vejo crianças sendo abusadas e não faço nada (mais uma vez!) porque não vou levá-las pra casa? Se não pararmos para pensar o q fazer nesses casos, vamos continuar com essa noção simplista quanto a tomada d providência e achando mais fácil não fazer nada.
Instituições d acolhimento para ficar com esse público, "largando e esquecendo" as crianças lá dentro são o ideal? Não são! "Abrigo" não é lugar de criança! elas tem q estar sob as asas do tal amor e compaixão tão apregoado! Uma atenção específica, com sustento e com liberdade de ir e vir. O amor não deve estar numa relação sujeita ao profissionalismo de uma instituição. Deve-se estar lá em último caso.
[*Vale ressaltar que em instituições de acolhimento se tem todo tipo de público. ♡]
Outro debate que permeia esse é a visão que temos dessas pessoas que passaram pelo abuso, onde só as respeitamos se eles se portarem como vítimas indefesas quando, em qualquer realidade multiversa, podem ser também belas jovens de 1,80m de altura, mas ainda sim adolescentes q são aliciadas nos casos em questão, só q, pela vida sexual avançada são simplesmente culpadas.
Pergunto: o q vc faria se soubesse que alguém da sua família abusou de alguém menor de idade da sua família também?
Se vc n estiver pronto para saber, tampouco esses menores de idade estão prontos para falar.
"Eu durmo pronto pra guerra
E eu não era assim, (...)
E sei o que é mau pra mim
Fazer o que se é assim
Vida loka cabulosa
O cheiro é de pólvora
E eu prefiro rosas
E eu que...e eu que
Sempre quis com um lugar,
Gramado e limpo, assim, verde como o mar
Cercas brancas, uma seringueira com balança
Disbicando pipa, cercado de criança"
(Com a contribuição do amigo Rafa na sugestão da arte e na ideia e dos Racionais MCs na arte da música)

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