segunda-feira, 20 de julho de 2015

Carta vertical

Carta vertical

meu bem
não queira palavras juntadas de saudade
Ela esculpe, canta, escreve
mia
não para.
Principalmente quando não tem palavras.
Assovia, rola, esmaga.
Assombra a luz com a madrugada.

Parte de mim todo esse beijo
sem meio, sem fim.
só o começo.
Não chega
até o embalo dos próximos carros.

Parte de mim
parte afastada d mim
a espera calmamente vai somando as partes que prova
em nevasca
no labirinto do espaço, do tempo
depois de uma semana se segundas-feiras
talvez venha, 
talvez sexta.

Desencontro d sonos
parte do que sonho
sem passar por você
dentro do caminho do fundo do fim do dia: a noite
durmo
sem poder sonhar tudo.

(recantando um verso de Buarque, com você e eu)

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