segunda-feira, 20 de julho de 2015

Carta vertical

Carta vertical

meu bem
não queira palavras juntadas de saudade
Ela esculpe, canta, escreve
mia
não para.
Principalmente quando não tem palavras.
Assovia, rola, esmaga.
Assombra a luz com a madrugada.

Parte de mim todo esse beijo
sem meio, sem fim.
só o começo.
Não chega
até o embalo dos próximos carros.

Parte de mim
parte afastada d mim
a espera calmamente vai somando as partes que prova
em nevasca
no labirinto do espaço, do tempo
depois de uma semana se segundas-feiras
talvez venha, 
talvez sexta.

Desencontro d sonos
parte do que sonho
sem passar por você
dentro do caminho do fundo do fim do dia: a noite
durmo
sem poder sonhar tudo.

(recantando um verso de Buarque, com você e eu)

domingo, 19 de julho de 2015

Curcumina contra o câncer

Sobre a Curcumina contra o câncer (açafrão da terra)!

Fonte: Cura pela Natureza
http://www.curapelanatureza.com.br/2015/06/medica-ensina-receita-que-para-ela-e.html

10 Filmes sobre Transtornos Mentais e Psicologia

10 Filmes sobre Transtornos Mentais e Psicologia


[OBS: Avaliar se é bom!]

1. O Príncipe das Marés (1991)
[mom_video type=”youtube” id=”JO107ijxQD4″]
Melodrama romântico dirigido por Barbra Streisand, baseado no livro homônimo de Pat Conroy. Embora seja uma história baseada no amor e no perdão, também fala sobre os traumas da infância e das consequências que podem ter na idade adulta.

2. O Escafandro e a Borboleta (2007)
Este é um filme que fala sobre as consequências psicológicas de ter uma deficiência física. O protagonista, o ex-editor da revista Elle, está preso em seu próprio corpo, devido à chamada síndrome do enclausuramento, que o deixa incapaz de mover qualquer membro, exceto um olho. Este olho será a única forma de comunicação com as outras pessoas, e que o permitiu escrever uma autobiografia, a mesma em que este filme foi baseado e que compartilha seu nome. O filme também contêm uma carga emocional significativa. É uma reflexão sobre a relação entre a mente (ou melhor, a consciência) e o próprio corpo.

3. Um estranho no ninho (1975)
Neste filme, estrelado pelo ilustre Jack Nicholson, aparecem os problemas essenciais da tradição que sustenta muitas instituições para doentes mentais: a subestimação do interno e agente responsável pela sua própria vida, os rótulos diagnósticos e os métodos invasivos para mudar padrões de comportamento. Ele é baseado no romance de Ken Kesey e ganhou muitos prêmios devido à sua técnica perfeita e mensagem humanista que transmite.

4. Memento (2000)
O filme combina uma exemplificação perfeita do que é a amnésia anterógrada (um distúrbio no qual novas memórias não são formadas) com uma forma de comunicar que nos faz compreender melhor esse transtorno. O filme é composto por dois tipos de cenas, umas em preto e branco e outras coloridas, que indicam o tempo (futuro ou passado) em que ocorrem. O filme também nos faz questionar como fica a identidade quando não existe memória para conectar as experiências que vivenciamos.

5. Take Shelter (2011)
Um pai de família comum começa a ceder ao medo de um possível apocalipse sem qualquer explicação racional. A partir desse momento, em uma espiral de decisões precipitadas sem que saibamos se existem motivos reais para o comportamento do personagem ou se ele está delirando. Este filme pode ser incluído em nossa lista de filmes sobre psicologia pelas sensações que desperta, embora seja mais uma metáfora para o estilo de vida americano, profundamente baseado na propriedade privada, do que a ilustração de uma paranoia.

6. Funny Games (1997)
Uma família em férias é feita refém em sua própria casa por dois homens que se vestem como golfistas. A partir dessa premissa, o diretor austríaco Michael Haneke, demora mais de uma hora para nos mostrar o que acontece quando a psicopatia é combinada com uma alta dose de maldade e vontade de acabar com o próximo. A abordagem realista combinada com um componente de meta ficção, onde o espectador é interpelado diretamente pelo que está vendo, não ajudam a tornar o filme mais leve. Filme não recomendado para estômagos sensíveis.

7. Sou um cyborg (2006)
Muito mais lírico do que o filme anterior, Sou um cyborg é um filme ambientado na Coréia do Sul, onde uma jovem mulher é internada num hospital psiquiátrico por causa de suas alucinações. É uma história de amor em que o pretendente, que também está internado, vai entendendo a realidade paralela criada pela protagonista, sua lógica oculta, para ajudá-la.

8. O experimento (2001)
Uma lista de filmes sobre psicologia não poderia excluir o aspecto social do nosso comportamento. O experimento é um filme baseado numa experiência realizada em 1971, na prisão de Stanford, sob a liderança do psicólogo Philip Zimbardo. Várias pessoas foram divididas aleatoriamente em duas categorias: guardas de uma prisão fictícia e seus prisioneiros. Durante este experimento, que terminou de forma precipitada por sair do controle dos experimentadores, se pode ver até que ponto elementos sociais superficiais, como fazer parte de um grupo, podem mudar completamente a moralidade das pessoas.

9. Melhor … impossível (1997)
O transtorno obsessivo-compulsivo é retratado aqui de forma bem humorada. Melvin Udall (Jack Nicholson) constrói o seu dia a dia com uma rotina inquebrável e uma capacidade única de ser detestável. Udall vai deixando que as compulsões e os padrões repetitivos de comportamento ditem a sua vida, até que um dia uma novidade cruza seu caminho e muda o seu caráter de uma forma positiva.

10. A laranja mecânica (1971)
Um dos grandes clássicos de Stanley Kubrick, baseado em um romance de mesmo nome. O protagonista está acostumado a uma vida de violência e desordem por causa de um provável transtorno de personalidade anti-social. Quando foi preso, um grupo de técnicos decidiu testar um método para suprimir impulsos violentos através de uma boa dose de psicologia comportamental. Este filme discorre sobre a crença em pequenos gatilhos invisíveis que ativam certos padrões de comportamento e que estão fora do controle da pessoa. Esta utopia futurista é considerada por muitos como a rainha dos filmes sobre psicologia.

Fonte: Psicologiaymente traduzido e adaptado por Psiconlinews


Sugeridos pelos comentários:

- Uma Mente Brilhante
- A Ilha do Medo
A Pele que Habito
- Mistérios da Carne.
O Lado bom da Vida filme sobre TAB
A teoria de tudo.

Mr. Jones.
O ator Richard Gere, no filme ‘Mr. Jones’, interpreta Jones, um homem de 36 anos charmoso, impulsivo e irresistível, que atrai a atenção das mulheres pelo encanto e energia vital. O comportamento começa a estranhar quando ele intercala momentos de euforia com enormes desesperos.Embora o filme seja de 1993, levanta uma questão séria e sempre atual a respeito da bipolaridade, também conhecida como Transtorno Bipolar.

Identidade
Mamaezinha Querida, filme da vida de Joan Crawford que tinha problemas serios com varios surtos
Síndrome de Caim
- Forrest gump
Cisne negro
Precisamos falar sobre o Kevim

Garota interrompida. muito bom! sobre TPB.
Garota Garota interrompida trata do transtorno borderline com Angelina Jolie e Winona Ryder , imperdível! Todo Qualquer Este filme é referência em consultórios psiquiátricos

Bicho de Sete Cabeças
regresão
O solista
A onda. Mesmo diretor de Experimento
JORNADA DA ALMA
Meu nome é Rádio com o ator Cuba Junior - 2003 
(???????????? rs)
Janela Secreta
Um novo despertar, 
- um genio indomavel!!!
ATERRORIZADA 
más se contar o transtorno perde a graça, muito bom.
Cabo do medo
O Iluminado , onde o egocentrismo do personagem de Nicholson o transforma em um psicopata.
Garota exemplar
Sybil é antigo mas é ótimo
Duas Vidas
Prozac Nation

Tempo de despertar
...com Robert De Niro, Robin Williams. 

Recomendo o livro "Cinema e Loucura"

A garota ideal

http://memoriasdeumesquizofrenico.blogspot.com.br/.../fil...
Uma boa lista de filmes sobre transtornos mentais

A menina do país das maravilhas
The Beaver 
Falta Birdy,
- Vida em família
-

Fonte:

http://www.psiconlinews.com/2015/04/10-filmes-sobre-transtornos-mentais-e.html

Banda Camaleônica

Página da Banda Caamaleônica
https://www.facebook.com/pages/Camale%C3%B4nica/403355049821167

"Disco" chamado "Errante" completo!







Show que fui! Inesquecível!


Amor e sol!

"O amor é o segundo sol da natureza."
(George Chapman - 1559-1634 - poeta e dramaturgo inglês)
Todos os amores são uma constelação de sóis!

Manual de preenchimento do Lattes

Utilidade pública! rs
Manual de preenchimento do Lattes!!
Tem isso e mt mais!!
"• Seminário
É uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate, com caráter de
instrução.
• Simpósio
Reunião de cientistas ou técnicos para ventilar vários assuntos relacionados entre si
ou os vários aspectos de um assunto, sempre com a presença de um coordenador.
Tem caráter de intercâmbio de informações.
• Aula
Comunicação científica oral, com caráter de instrução.
• Congresso
Encontro solene de um grande número de pessoas no decorrer de vários dias,
durante os quais se darão numerosas reuniões. Nos congressos ainda são
organizados cursos de atualização, aproveitando o ensejo da presença de muitos
especialistas de renome.
• Conferência
Tipo de reunião destinada a um grupo de pessoas com identidade de interesse.
• Anais
Publicação periódica, referente aos atos e estudos de congressos científicos,
literários ou arte.
• Prefácio
Palavras de esclarecimento, justificação ou apresentação, que precedem o texto de
uma obra literária, do próprio autor.
• Posfácio
Advertência no fim de um livro. Declaração do autor ou de outrem no final do livro.
• Comunicações
Qualquer forma de apresentação de trabalho em evento científico. Podem ocorrer
sob o nome de congressos, seminários, reuniões, encontros, simpósios, jornadas e
outros."

ETC!!

Fonte: Profa Caroline Luvizotto
https://carolineluvizotto.files.wordpress.com/2011/05/manual-de-preenchimento-do-currc3adculo-lattes1.pdf 

Beleza infantil?

O pior?
É q antes pareciam crianças. Depois, não!
Onde fica a beleza?
Se arrumar do lado da fora é pôr batom, perfume, fazer as sobrancelhas, não usar roupa rasgada?

Limpeza não tem cheiro de perfume. Muitos batons são testados em olhos d coelhos pra sua vaidade. Não há nojo ou falta de zêlo na quantidade d pêlos.
Ah, beleza... por onde tu anda! ?
Preferia a atitude infantil da primeira cena. A criança caracterizada como mulher entra pro mesmo circo amestrado das adultas, onde muita gente perde a singularidade dos próprios gestos pra se parecer com modelos. Onde há uma certa sexualização q me incomoda e apressa o tempo d ser criança.
A beleza externa tanto faz. Gosto mt de lugares onde roupas confortáveis importam!!! Vejo gente se matando em jeans pequenos, em saltos altos, em depilações com cera! ME POUPE, d verdade!!! Isso é tortura!
Com certeza to cagando regra pra quem discorda. Concordando ou discordando, fica o pensamento.






Sou uma prima babona mesmo #vãodartrabalho #segura #asmaislindas #primas #kettlyn #Rayssa
Posted by Carol Farias on Terça, 14 de julho de 2015

Tribo amazônica cria enciclopédia de medicina tradicional com 500 páginas

Tribo amazônica cria enciclopédia de medicina tradicional com 500 páginas


13 de julho de 2015

Em uma das grandes tragédias da nossa era, tradições, histórias, culturas e conhecimentos indígenas estão desfalecendo em todo o mundo.  Línguas inteiras e mitologias estão desaparecendo e, em alguns casos, até mesmo grupos indígenas inteiros estão em processo de extinção.  Isto é o que chama a atenção para uma tribo na Amazônia – o povo Matsés do Brasil e do Peru –, que criou uma enciclopédia de 500 páginas para que sua medicina tradicional seja ainda mais notável.  A enciclopédia, compilada por cinco xamãs com a ajuda do grupo de conservação Acaté, detalha cada planta utilizada pelos Matsés como remédio para curar uma enorme variedade de doenças.
O xamã Matsés chamado Cesar. Foto: cortesia da Acaté
“A [Enciclopédia de Medicina Tradicional Matsés] marca a primeira vez que xamãs de uma tribo da Amazônia criaram uma transcrição total e completa de seu conhecimento medicinal, escrito em sua própria língua e com suas palavras”, disse Christopher Herndon, presidente e co-fundador da Acaté, em uma entrevista para o Mongabay (na íntegra abaixo).
Os Matsés imprimiram sua enciclopédia só em sua língua nativa para garantir que o conhecimento medicinal não seja roubado por empresas ou pesquisadores, como já aconteceu no passado. Em vez disso, a enciclopédia pretende ser um guia para a formação de jovens xamãs, para que eles possam obter o conhecimento dos xamãs que viveram antes deles.
“Um dos mais renomados e antigos curandeiros Matsés morreu antes de que seu conhecimento pudesse ser transmitido, então o momento era este. A Acaté e a liderança Matsés decidiram priorizar a enciclopédia antes de perder mais anciãos e seus conhecimentos ancestrais”, disse Herndon.
A Acaté também iniciou um programa para conectar os demais xamãs Matsés com jovens estudantes. Através deste programa de orientação, os indígenas esperam preservar seu modo de vida como o fizeram durante séculos.
“Com o conhecimento de plantas medicinais desaparecendo rapidamente entre a maioria dos grupos indígenas e ninguém para escrevê-los, os verdadeiros perdedores no final são tragicamente os próprios atores indígenas”, disse Herndon. “A metodologia desenvolvida pelos Matsés e pela Acaté pode ser um modelo para outras culturas indígenas protegerem seus conhecimentos ancestrais”.
UMA ENTREVISTA COM O MÉDICO CHRISTOPHER HERNDON
Chris Herndon (esquerda) e o xamã Arturo (direita), observam um rascunho da nova enciclopédia. Foto: Acaté
Mongabay: Por que a enciclopédia é importante?
Christopher Herndon: A enciclopédia marca a primeira vez que xamãs de uma tribo da Amazônia criaram uma transcrição total e completa de seu conhecimento medicinal, escrita em sua própria língua e com suas palavras.  Ao longo dos séculos, os povos da Amazônia têm repassado através da tradição oral uma riqueza acumulada de conhecimentos e técnicas de tratamento que são um produto de seus profundos laços espirituais e físicos com o mundo natural.  Os Matsés vivem em um dos ecossistemas de maior biodiversidade do planeta e têm dominado o conhecimento das propriedades curativas das suas plantas e animais.  No entanto, em um mundo em que a mudança cultural desestabiliza até mesmo as sociedades mais isoladas, este conhecimento está rapidamente desaparecendo.
É difícil pensar o quão rapidamente este conhecimento pode ser perdido após uma tribo fazer contato com o mundo exterior. Uma vez extinto, este conhecimento, juntamente com a auto-suficiência da tribo, nunca pode ser totalmente recuperado. Historicamente, o que seguiu logo da perda dos sistemas de saúde endêmicos em muitos grupos indígenas é a quase total dependência dos rudimentares e extremamente limitados serviços de saúde que estão disponíveis nestes locais remotos e de difícil acesso. Não surpreendentemente, na maioria dos países, os grupos indígenas têm as maiores taxas de mortalidade e doença.
Pela perspectiva dos Matsés, a iniciativa é importante porque a perda da cultura e o atendimento precário à saúde estão entre suas maiores preocupações. A pioneira metodologia para proteger e salvaguardar o seu próprio conhecimento pode servir como um modelo replicável para outras comunidades indígenas que enfrentam uma erosão cultural semelhante. Em termos mais amplos de conservação, sabemos que existe uma forte correlação entre os ecossistemas intactos e regiões habitadas por índios, o que torna o fortalecimento da cultura indígena uma das maneiras mais eficazes para proteger grandes áreas de floresta tropical.
Mongabay: Por que é agora o momento de se registrar esta informação?
Christopher Herndon: O conhecimento dos Matsés e a sabedoria acumulada através de gerações estava perto de desaparecer. Felizmente, restavam alguns poucos Matsés mais velhos, que ainda detinham o conhecimento ancestral, já que o contato com o mundo exterior só ocorreu na última metade do século. Os curandeiros eram adultos na época do contato inicial e já haviam dominado suas habilidades antes de que missionários e funcionários do governo lhes dissessem que elas não eram úteis. No momento em que o projeto começou, nenhum dos xamãs mais velhos tinha jovens Matsés interessados em aprender com eles.
Um dos mais renomados e antigos curandeiros Matsés morreu antes de seu conhecimento ser transmitido, então o momento era este. A Acaté e a liderança Matsés decidiram priorizar a enciclopédia antes de perder mais anciãos, com seus conhecimentos ancestrais. O projeto não tratava de salvar uma dança tradicional ou vestuário, mas da saúde deles e a das futuras gerações de Matsés. A aposta não podia ser maior.
Mongabay: Como é a enciclopédia?
Christopher Herndon: Após dois anos de intenso trabalho por parte dos Matsés, a Enciclopédia agora inclui capítulos escritos por cinco mestres curandeiros Matsés e tem mais de 500 páginas! Cada entrada é classificada pelo nome da doença, com uma explicação sobre como reconhecê-la pelos sintomas, a sua causa, quais plantas usar, como preparar o medicamento e opções terapêuticas alternativas. Uma fotografia feita pelos Matsés de cada planta acompanha cada entrada na enciclopédia.
A Enciclopédia é escrita para e desde uma visão de mundo do xamã Matsés, descrevendo como os animais da floresta estão envolvidos na história natural das plantas e conectados com as doenças. É uma verdadeira enciclopédia xamânica, totalmente escrita e editada por xamãs indígenas – a primeira, que conhecemos, de seu tipo e alcance.
Mongabay: Como você espera que esta enciclopédia possa ajudar os esforços de conservação?
Christopher Herndon: Acreditamos que empoderar os povos indígenas é a abordagem mais eficaz e duradoura para a conservação da floresta tropical. Não é por acaso que as extensões restantes intactas da floresta tropical na região neotropical estão sobrepostas às áreas habitadas por indígenas. Os povos tribais compreendem e valorizam a floresta porque são dependentes dela. Esta relação vai além de uma dependência utilitária; há uma ligação espiritual com a floresta, um senso de interconectividade que é difícil de se compreender por meio da mentalidade ocidental compartimentalizada – por mais que seja, no entanto, real.
Muitas das graves ameaças ambientais em áreas indígenas remotas de que você ouve falar no noticiário – petróleo, madeira, mineração e afins – são indústrias externas que oportunisticamente se aproveitam da enfraquecida coesão social interna dos povos indígenas de contato recente, de seus recursos limitados e da crescente dependência do mundo exterior. O tema unificador das três áreas programáticas da Acaté – economia sustentável, medicina tradicional, e agroecologia – é a autossuficiência. A Acaté não predetermina estas três prioridades de conservação; elas foram definidas em discussão com os anciãos Matsés que sabem que a melhor maneira de proteger sua cultura e terras é através de uma posição de força e independência.
Do ponto de vista de conservação global, os Matsés protegem mais de 3 milhões de acres [1,2 milhões de hectares] de floresta tropical só no Peru. Esta área inclui algumas das florestas mais intactas, biodiversas e ricas em carbono no país. As comunidades Matsés no lado brasileiro dos rios Javari e Yaquerana marcam as fronteiras ocidentais da reserva indígena do Vale do Javari, uma região quase do tamanho da Áustria, que contém o maior número de tribos ‘sem contato’, em isolamento voluntário, no mundo. Ao sul das margens do território Matsés, nas cabeceiras do rio Yaquerana, encontra-se La Sierra del Divisor, uma região de beleza natural impressionante, biodiversidade, e também grupos tribais isolados. Por estas razões, embora os Matsés somente cheguem a somar pouco mais de 3 mil pessoas no total, eles estão estrategicamente posicionados para proteger uma vasta área de floresta tropical e uma série de tribos isoladas. Empoderá-los é uma preservação de alto rendimento.
Mongabay: Você mencionou que a enciclopédia é apenas a primeira fase de uma iniciativa mais ampla da Acaté. Quais são os outros componentes necessários para manter os sistemas tradicionais de saúde deles?
Christopher Herndon: Completar a enciclopédia é um primeiro passo histórico e crítico para mitigar as ameaças existenciais para a sabedoria de cura e autossuficiência dos Matsés. No entanto, a enciclopédia sozinha não é suficiente para manter a autossuficiência, já que seus sistemas de saúde baseiam-se na experiência que só pode ser transmitida através de longos aprendizados. Infelizmente, devido a influências externas, quando começamos nosso projeto, nenhum dos xamãs tinha aprendizes. Ao mesmo tempo, a maioria dos povos ainda usa e depende do conhecimento de plantas medicinais dos curandeiros, muitos dos quais têm mais de 60 anos.
Na Fase II, o Programa de Aprendizes, cada xamã – muitos dos quais são autores de capítulos da Enciclopédia – será acompanhado na selva por Matsés mais jovens para conhecer as plantas e ajudar no tratamento de pacientes. O programa de aprendizado foi iniciado em 2014 na aldeia de Estirón sob a supervisão do xamã Luis Dunu Chiaid. Devido ao sucesso do projeto piloto em Estirón, os Matsés concordaram em unanimidade, em sua última reunião, que este programa deveria ser expandido para o maior número possível de aldeias, dando prioridade às que não têm mais curandeiros tradicionais.
O objetivo final da iniciativa é a Fase III – a integração e melhoria dos serviços de saúde do ‘ocidentais’ feita com práticas tradicionais. Wilmer, um promotor de saúde em uma pequena clínica em Estirón e um dos aprendizes do programa-piloto, serve de exemplo para outros Matsés que trabalham com saúde. Ele entende que o futuro da saúde do seu povo depende da criação de sistemas de saúde duais e vibrantes que permitam à comunidade aproveitar o melhor de ambos os mundos da medicina.
Além disso, foi decidido que o nosso trabalho agro-florestal deve ser expandido para incluir a integração com plantas medicinais. Este trabalho será baseado no bosque de cura criado por um dos principais xamãs curandeiros Matsés em Nuevo San Juan, agora mantido por seu filho, Antonio Jimenez. Para um estrangeiro, este bosque parece uma trecho comum de selva no caminho para as fazendas deles, a uns 10 ou 15 minutos de caminhada fora da comunidade. Na presença de um xamã conhecedor que indique quais são as plantas medicinais, você percebe na mesma hora que está cercado por uma constelação de plantas medicinais cultivadas pelos curandeiros Matsés para o tratamento de uma variada gama de doenças. Muitas vinhas e fungos da floresta não crescem em jardins expostos ao sol e requerem o ecossistema da floresta para a sua propagação. Colocar o bosque de plantas medicinais a 10 ou 15 minutos de distância da comunidade é um exemplo característico da eficiência do Matsés. Se você tem uma criança doente, não quer ter que viajar quatro horas para encontrar o remédio.
Aplicação de medicina tradicional dos Matsés. Foto: Acaté
Mongabay: A enciclopédia foi escrita apenas na língua dos Matsés como proteção contra a bioprospecção e o roubo do conhecimento indígena. O medo da biopirataria é uma preocupação real para os Matsés?
Christopher Herndon: Infelizmente, a história está cheia de exemplos de roubo dos povos indígenas. Para os Matsés em particular a preocupação é muito real. As secreções da pele da rã Kambo (Phyllomedusa bicolor) são utilizadas pelos Matsés em seus rituais de caça. As secreções, ricas em uma variedade de peptídeos [pequenas proteínas] bioativos, são administradas diretamente no organismo em cortes frescos ou queimaduras. Quase imediatamente, as toxinas induzem intensas e autonômicas respostas cardiovasculares que levam a um estado alterado de consciência e acuidade sensorial muito maior.
Embora a rã Kambo esteja presente ao longo do norte da Amazônia, apenas os Matsés e um número reduzido de tribos vizinhas Panoan são conhecidos por usar suas secreções poderosas.  Depois de se conhecer o uso das secreções pelo Matsés, pesquisas de laboratório sobre as secreções da rã Kambo revelaram um complexo coquetel de peptídeos com potentes propriedades vasoativas, narcóticas e antimicrobianas.  Várias empresas farmacêuticas e universidades registraram patentes dos peptídeos sem reconhecimento ou benefício aos povos indígenas.  Um destes peptídeos com atividade antifúngica foi até mesmo transgenicamente inserido em batatas.
O medo da biopirataria é, infelizmente, uma porta que se abre para ambos os lados. Muitos grupos ambientalistas e cientistas têm realizado projetos na Amazônia documentando o conhecimento indígena da fauna local, como nome de aves, mas mantiveram-se à margem em relação às plantas medicinais, por medo de serem acusados de facilitar a biopirataria. No entanto, com o rápido desaparecimento dos conhecimentos sobre as plantas medicinais entre a maioria dos grupos indígenas e não sem ninguém para registrá-lo, tragicamente os verdadeiros perdedores ao final são os índios, os verdadeiros geradores desse conhecimento. A metodologia desenvolvida pelo Matsés e a Acaté deve ser um modelo para outras culturas indígenas conservarem seus conhecimentos ancestrais.
Mongabay: Qual é a metodologia da Acaté e como ela protege esse conhecimento?
Christopher Herndon: A Acaté e os Matsés desenvolveram uma metodologia inovadora para evitar a extinção de seu conhecimento ancestral sobre as plantas medicinais e ao mesmo tempo proteger as informações contra o roubo por grupos externos. A enciclopédia está escrita somente em Matsé. É por e para os Matsés e não haverá traduções para outras línguas. Não foram incluídos nomes científicos nem fotografias de flores ou alguma outra característica que possa facilitar a identificação das plantas por um estrangeiro.
Cada capítulo da Enciclopédia de Medicina Tradicional foi escrito por um veterano xamã renomado escolhido pela comunidade. Para cada xamã veterano foi designado um Matsés mais jovem, que durante meses registrou em forma escrita o conhecimento xamã e fotografou cada planta. Os textos e as imagens foram compilados e escritos no computador de Wilmer Rodríguez López, um Matsés que é especialista na transcrição escrita de sua língua.
Na reunião, a Enciclopédia compilada – um rascunho de mais de 500 páginas – foi revisada e editada coletivamente pelos xamãs das tribos por vários dias. Toda a enciclopédia está sendo formatada e impressa pelos Matsés sob a sua direção exclusiva, e nunca será publicada ou divulgada fora de suas comunidades.
Esperamos que o incontroverso sucesso desta metodologia iniciada pela Acaté e por nossos parceiros índios abra a porta para esforços semelhantes em toda a Amazônia e além. Já estamos vendo os esforços de outras organizações para replicar a metodologia.
Mongabay: Obviamente, o foco é preservar a cultura e o conhecimento Matsés, mas o seu conhecimento médico poderia teoricamente ajudar as futuras gerações ao redor do mundo. Existem condições específicas para que os xamãs Matsés e a população possam compartilhar seus conhecimentos sobre as plantas medicinais na Amazônia? Ou a confiança está destruída?
Christopher Herndon: A Acaté não pode falar pelos Matsés. Posso dizer que trabalhando com xamãs índios na Amazônia, eu tenho notado que eles são muito abertos a compartilhar o seu conhecimento, quando nos aproximamos com respeito. Eles também têm uma grande curiosidade intelectual sobre outros métodos de cura, incluindo o nosso.
Alguns dos medicamentos desenvolvidos pela humanidade, como a quinina e aspirina, foram desenvolvidos através do conhecimento de curandeiros tradicionais.  Devido ao clima político e temores internacionais de biopirataria, mesmo para as empresas farmacêuticas que promovem a distribuição equitativa dos lucros, é um desafio participar de tais iniciativas.  A complexidade do conhecimento indígena de plantas medicinais é tal que não é possível avaliar plenamente a fitoquímica dentro do prazo em que o conhecimento está prestes a ser perdido.  A Enciclopédia, apesar de não ser desenhada para esse fim, mantém as opções abertas no futuro para os Matsés; um futuro que, em contraste com a maioria de seus precedentes históricos, será um de sua própria determinação.
Não devemos perder de vista que, até a criação da enciclopédia, o sistema tradicional de saúde Matsés estava prestes a desaparecer devido às influências do mundo exterior. Os Matsés vivem em áreas remotas onde a prestação de serviços de saúde é um desafio e limitada. As farmácias em muitas comunidades Matsés, particularmente as de mais longe, rio acima, são desprovidas dos medicamentos mais básicos, como remédios para tratar a malária, que veio de fora das comunidades. Os Matsés precisam pagar de seu bolso pelo medicamento que vem de fora, cujo preço é inalcançável para a maioria dos anciãos da comunidade que não têm nenhuma fonte de renda. O simples microscópio necessário para analisar o sangue e diagnosticar a malária estava quebrado em quase todas as comunidades que visitei. Em comparação, vivemos em um mundo que é abundante em cuidados de saúde. Se houver necessidade de dialogar, na minha opinião, isso deve começar com a resposta de como podemos apoiar os Matsés no presente, em vez de como eles podem nos ajudar no futuro.
Mongabay: Muita gente vê a medicina e a preservação da floresta como questões separadas. Como a saúde está ligada ao meio-ambiente?
Christopher Herndon: A saúde de um povo, sua cultura e meios-ambientes são indissociáveis. Não podemos pensar sobre as condições deprimentes de saúde e a situação socioeconômica no Haiti sem considerar o contexto de que 98% deste país que ocupa a metade de uma ilha foi devastado e, assim, o seu potencial futuro também foi destruído. A fronteira entre o Haiti e a República Dominicana pode ser claramente vista a partir de imagens de satélite como uma transição abrupta do marrom ao verde, como o resultado de diferentes formas de uso dos recursos naturais. Da mesma forma, as imagens da Etiópia que existem na consciência moderna baseiam se no fato de, que há apenas 100 anos, a Etiópia era um país com uma significativa cobertura florestal.
O futuro dos Matsés e a sua cultura estão eternamente ligados ao futuro de suas florestas. Ao proteger as florestas e reforçar sua cultura, a saúde deles é protegida contra um futuro carregado de diabetes, desnutrição, depressão e alcoolismo – a segunda onda de doenças ‘importadas’ que normalmente acontece em comunidades indígenas após algumas gerações depois do contato com o mundo exterior. Visto desta forma, iniciativas de conservação biocultural seriam extremamente rentáveis e podem ser abordagens preventivas de saúde.
Mongabay: Como a enciclopédia pode ajudar a preservar a cultura Matsés?
Christopher Herndon: Uma mudança radical começa muitas vezes com algo tão simples e tão poderoso como uma ideia.  A ideia de que a sua cultura, as suas tradições e seu estilo de vida não são inferiores ou algo para se envergonhar, como outros talvez já lhe tenham dito.  A ideia de que a selva, que você chamar de lar, tem um valor infinitamente maior do que reservas de petróleo ou de mogno para produzir mobiliário de luxo.  A ideia de que o seu conhecimento e familiaridade com a floresta não faz o torna primitivo ou atrasado, mas o coloca à frente do movimento global de conservação.  A enciclopédia é o primeiro passo concreto para a formação de uma ponte para vencer a lacuna cada vez maior entre gerações, antes que seja tarde demais.  A iniciativa da enciclopédia restaura o respeito pela sabedoria dos mais velhos e devolve a selva como um repositório de saúde e um lugar para aprender.
Mongabay: A enciclopédia foi completada e terminada em uma reunião de líderes Matsés vindos de todo seu território e antigos xamãs das tribos. Como foi o clima naquela reunião?
Christopher Herndon: Esta reunião sem precedentes foi realizada em uma das aldeias mais remotas do território Matsés. É extremamente difícil descrever em palavras a emoção sentida por todos os participantes quando os líderes Matsés mais antigos falaram de batalhas que eles lutaram – literalmente – para defender o território Matsés e seu modo de vida. Muitos deles tiveram de conter as lágrimas enquanto um ancião após o outro convidava os jovens a aproveitar esta oportunidade para preencher a lacuna que será deixada por eles quando morrerem, assim como eles fizeram quando seus avós estavam vivos. Eu trabalho na conservação biocultural na Amazônia há 15 anos, mas esta foi uma das mais inspiradoras experiências, para se ouvir o poder da oratória deles e determinação em suas vozes. É facilmente perceptível que os Matsés são guerreiros de coração, que lutaram por um longo tempo para proteger suas terras e que eles continuarão lutando.
Texto originalmente publicado por Jeremy Hance no Mongabay
Esta entrevista foi traduzida do original em inglês por Giovanny Vera e Laura Kurtzberg e revisada por Stefano Wrobleski, do InfoAmazonia.

Fonte: InfoAmazonia

Fonte: AMAZÔNIA

http://amazonia.org.br/2015/07/tribo-amaz%C3%B4nica-cria-enciclop%C3%A9dia-de-medicina-tradicional-com-500-p%C3%A1ginas/?utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Not%EDcias+da+Amaz%F4nia+-+13+de+julho+de+2015

sábado, 18 de julho de 2015

Conto de fadas ou guerreiros sem guerra

Texto de 29 de dezembro de 2014

Conto de fadas ou guerreiros sem guerra
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"E o caminho da felicidade ainda existe: é uma trilha estreita em meio à selva triste."
Eu vejo as pessoas perdoando coisas imperdoáveis so pq elas são sozinhas ou novas demais...
As vezes, elas n tem ning. Perdoam quem tem.
Sem condições de se protegerem, de se sustentarem ou fugirem para um lugar seguro a maioria das pessoas novas q vejo agem como "tendo q aceitar". E fugir acaba sendo perdoar e aceitar, o q parece muito bonito do ponto de vista moral cristão, mas não educam ninguém, principalmente quem foi perdoado a não abusar sexualmente de crianças, por exemplo. E a justiça, claramente morta na terra, está só, no céu, e "Deus vai fazer ele pagar" e todos nós não precisamos fazer mais nada(?). Não posso incitar a revolta nesse sistema perverso. Mas sei q não estou só.
Não adianta nem mesmo concordar com a crítica se não mudamos de atitudes no sentido d produzir proteção para quem precisa. Isso envolve falar e encarar assuntos difíceis que vão do sexo ao abuso, por exemplo. Recusamos todo santo dia a possibilidade d sermos heróinas/heróis, fascinados pela fantasia da capa vermelha ou da máscara de morcego. De achar d forma fabulosa q o bem e o mal estão separados e d q alguém de fora (e do alto) vai, magicamente, salvar a gente. A ideia de heroismo tem q passar por aquilo q precisa mudar no cotidiano e não pela anestesia. Por entender q tem figuras aparentemente boas como "o bom pai" q estupram adolescentes em seu "lar" ou "a boa tia" q agenciam a prostituição aliciando a própria filha ou a filha dos outros ainda criança para homens (mais) velhos. Eles não usam etiqueta dizendo como lavar para se tornarem novos! Vejo que, em muitos casos, essas pessoas seriam até denunciadas se o agressor não fosse tirado de casa e fosse incluído num acompanhamento mediador q o fizesse parar (e não acabasse com ele enquanto provedor da família). Mas isso ainda não vi acontecer. Se tem algo pior do q o abuso é morrer de fome.
Numa vida pautada pela ideia de felicidade e prazer, ninguém quer passar pelo q dói. Vejo crianças sendo abusadas e não faço nada (mais uma vez!) porque não vou levá-las pra casa? Se não pararmos para pensar o q fazer nesses casos, vamos continuar com essa noção simplista quanto a tomada d providência e achando mais fácil não fazer nada.
Instituições d acolhimento para ficar com esse público, "largando e esquecendo" as crianças lá dentro são o ideal? Não são! "Abrigo" não é lugar de criança! elas tem q estar sob as asas do tal amor e compaixão tão apregoado! Uma atenção específica, com sustento e com liberdade de ir e vir. O amor não deve estar numa relação sujeita ao profissionalismo de uma instituição. Deve-se estar lá em último caso.
[*Vale ressaltar que em instituições de acolhimento se tem todo tipo de público. ♡]
Outro debate que permeia esse é a visão que temos dessas pessoas que passaram pelo abuso, onde só as respeitamos se eles se portarem como vítimas indefesas quando, em qualquer realidade multiversa, podem ser também belas jovens de 1,80m de altura, mas ainda sim adolescentes q são aliciadas nos casos em questão, só q, pela vida sexual avançada são simplesmente culpadas.
Pergunto: o q vc faria se soubesse que alguém da sua família abusou de alguém menor de idade da sua família também?
Se vc n estiver pronto para saber, tampouco esses menores de idade estão prontos para falar.
"Eu durmo pronto pra guerra
E eu não era assim, (...)
E sei o que é mau pra mim
Fazer o que se é assim
Vida loka cabulosa
O cheiro é de pólvora
E eu prefiro rosas
E eu que...e eu que
Sempre quis com um lugar,
Gramado e limpo, assim, verde como o mar
Cercas brancas, uma seringueira com balança
Disbicando pipa, cercado de criança"
(Com a contribuição do amigo Rafa na sugestão da arte e na ideia e dos Racionais MCs na arte da música)