terça-feira, 23 de abril de 2019

R.L.

Sobe a foto de Tábata Amaral com Dória e o posicionamento dela em relação a reforma da previdência:

"Bom o seu debate com o João sobre a "pós-politica". Talvez se avançarmos na caracterização séria de Tábata e do PDT Cirista poderemos sair do passional e da afetação com ela. 
Eu particularmente tenho dúvidas se é o melhor usar a expressão pós-politica. Prefiro ir de modo mais tradicional. Proponho assim. 
Leio Tábata com a mesma lente que leio Marina. Uma traz a bandeira da educação e a outra do meio ambiente. Mas em muito se assemelham e não a toa estão construindo um bloco. 
A recusa da polarização "esquerda X direita" tem uma razão tática e outra estratégica. A primeira é pq, do modo caricaturado como essa polarização acontece no Brasil atual o efeito único é o de interdição do debate programático pela desqualificação moral do outro "esquerdista, comunista, vai pra cuba" e que favorece a extrema direita. Nós também deveríamos ver meios de recusa-lo e não responder no mesmo registro " fascista, bolsominion, etc". 
A razão estratégica é a mais interessante. Ela toca a reordenação das forças partidárias e ideológicas. Veja, ao recusar os polos, Tábata e Ciro reivindicam a noção de "progressistas" enquanto Marina apela pro mesmo "desenvolvimento sustentável". Assim ganham ouvidos para apresentarem seus programas. Mas qual é o programa? 
Ora, aí está o ponto que devemos entrar mais e melhor. A princípio sugiro considera-lo como um programa de atualização da social democracia. Nada mais que a velha proposta de desenvolver a indústria, a tecnologia, preservando o meio ambiente, racionalizando as gestões das cidades e instituições, garantindo e avançando em direitos sociais. Tudo isso nos marcos de um ambiente democrático e republicano. 
Ora, nada muito distante do programa a cabo levado a frente pelo petismo e até mesmo, em período anterior, pelo tucanato e pelo MDB. 
Pois bem, o que também não é novidade é que, esse programa sempre e sempre caminhou lado a lado, muitas horas absolutamente submetido, ao neoliberalismo mais grosseiro. Sendo assim, esta foto não traz em si nenhuma novidade. 
Caberia a esquerda colocar esse programa na historia, ou seja, politiza-lo. Para assim, em debate franco e aberto, apresentar um outro programa, uma proposta inédita pro país. Um radicalismo programático e inovador à esquerda, que escapasse da caricatura da esquerda atual e que fosse maduro e ao se apresentar. Vi em Plininho uma grande oportunidade de fazermos isso. Infelizmente o PSOL escolheu, autoritariamente, o contrário disso: aquele que até em sua imagem mimetiza o PT da social democracia quebrada por bravatas populistas desgastadas."


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