sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Sobre filmes de terror baseados em crueldades

Sobre filmes de terror baseados em crueldades e "fatos" "reais"

Refiro-me aquele tipo de filme que não tem cunho espiritual, mas sim baseado em crueldades e "fatos" "reais" (redundância real também, rs). Que dá até mais medo depois de você saber que existem pessoas realmente capazes de fazer aquilo. Mas em nenhum momento você deposita fé na humanidade por causa disso, vendo como a maioria das pessoas a sua volta aparentemente não tem atitudes como aquela. Acreditar no contrário seria bem paranóico. A gente saberia lidar com uma situação dessas na nossa vida real?

Por exemplo: uma mulher que múltipla os filhos. Uma mulher órfã que mutila os filhos.

- você saberia o que fazer nessa situação?
- que diferença faz caracterizar ou não essa pessoa como "órfã "?
Faz toda diferença.

Mas vou me deter em outro ponto. O do sensacionalismo paralisante. Justamente por isso que é sensacionalismo porque se fosse mobilizador, seria uma boa política de existência.

Porém o filme de TERROR tem que ser ruim, né? Embora eu veja muitas saídas apesar disso,  ousarei aqui dizer que a proposta desses filmes na maioria das vezes é apenas chocar e pra isso o final tem que ser meio ruim também, muitas vezes (não sempre).

FOCO:

Eu me preocupo demais com esse tipo de publicidade que um filme pode dar a uma  situação de crime das mais variadas onde só a bilheteria basta. Envolvendo tortura, envolvendo morte, envolvendo diagnósticos psiquiátricos sendo usados contra as pessoas, envolvendo ser órfão como demérito etc. Porque em nada nos ajuda a lidar com o terror real dessas histórias. A vida real está cheia de filmes de terror. E ali ela é Exibida para um prazer que não nos move em nada no sentido de combater essas coisas que acabam sendo MUITO divulgadas. Essa parte do MUITO DIVULGADAS que perturba.

Alta publicidade , baixa maturidade real de lidar com a situação. As vezes, até incitando (re)ações parecidas. A arte não é inócua. Ficamos reféns  nessa parte por não termos o controle social da mídia pra podermos mostrar outros pontos de vista. Outros filmes de terror.

Não há debate. Não há transmissão d conhecimento. O bom, o prazer vem exatamente do horror, do quanto pior melhor, do consenso do que se criminaliza numa cultura. Da falta de empatia. Do pior q a gente pode imaginar ou mostrar de uma história real q desumaniza todo mundo.

Por exemplo, qual a qualidade dessas internações psiquiátricas que costumam ser usadas e negativadas nessas "artes"? Sempre tornando esse elemento tão importante do tratamento como desautoizador,  como ruim. Sempre.

Aí a tal da mãe é icentivada a dar choque nas crianças, por exemplo. Será que nessa época das internações dela as pessoas também não passaravam por tratamentos com choques? É  bem possível. Ainda hoje é ainda indicado pra depressão , por exemplo, até catatônia. Coisa de psiquiatras que eu não tenho um posicionamento mais firme a respeito, mas tendo a resistir.

Se esses personagens, de fato, torturaram tais crianças , desumanizando-as ainda por cima, no cúmulo da falta de empatia, em que lugar o expectador fica numa história construída para aterrorizar e nada mais? Empatia não é um troço simples. É  até muito fácil faltar porque dói menos.

É  como a diferença entre entre a piada boa e inteligente e a piada ruim. É difícil a boa, mas é possível. Só falta gente pra isso.

Fica aí a questão.

S.

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