domingo, 27 de novembro de 2016

"Equilibristas da fé"

"Equilibristas da fé "

Vou te contar o que os olhos já não podem ver.

Queremos viver algo impossível por não achar quem tenha sentido como nós antes isso. Por não estarmos unidas, unidos. Isso que sentimos quando queremos ser extraordinárias e somos tão humanamente ordinárias/os. Procura.

Te digo, ... porque sei que minha fala não acaba comigo. Porque sei que amanhã vou estar com você, com vocês e vamos falar sobre tudo isso. No meio de um abraço que imagino... Te digo: o atual sistema não quer que acompanhemos seu trabalho caríssimo de nos desinformar e confundir. Eles ganham muito pra isso. Aceitamos nos desunir. Matam demais por isso. Perversamente não são muito diferentes de tudo que já vimos no mundo, em casa, no nosso bairro, no nosso município.

Mas mais do que nos tirar aquilo que precisamos no cotidiano... Às vezes, essa ardilosa "política" ganha justamente porque dói tanto.

E a vitória na resistências é tão improvável (quando busca as saídas dentro do sistema feito pra deixar como está). Como ela aparece desarticula nosso sentimento. Nossos momentos com amizades, com a família. Nos deixa um pedaço impotente diante de "algo maior". Amem.

Ver nossas amizades reproduzindo mazelas que pretendem combater nos agride de outra forma. Quando nos flagramos nessa praga, nos vemos doentes de outro jeito. De dentro pra fora. Como se um órgão vital fosse atingido pela ilusão da luta.

O que é a realidade? Aonde eu ganho com isso?

Aceitemos o delírio. Nao precisamos de drogas sempre pra isso. Parecer louco é bonito?

Beleza. Eu ganho aonde ninguém  (socialmente considerada lúcida) vê sentido.  Aonde não sou temida. Eu ganho por apostarem que eu não duro. Eu ganho porque eu até desisto de uma tática, mas o ímpeto eu não mudo. Tão difícil quanto inevitável é o ímpeto. Às vezes tortura, as vezes libertação.

Eu ganho por não deixar de existir ao ser minoria surreal numa sociedade doente. Uma sociedade que vive na ilusão da maturidade a sua infância. Que rende no meio das guerras homenagem a vida sem achar isso contradição.

Eu ganho por errar e assim entender os erros dos outros. Eu ganho com quem me ensina como não fazer. Por combater antes em mim o que não suporto no "inimigo" suposto. No inimigo amigo. No inimigo indistinto.

Eu ganho por não estar só. Por ver outras luzes no escuro aprendendo com as sombras do próprio sol. Por baixar a cabeça em prol de algo maior conhecendo muitos aspectos do solo. Eu ganho voltando pra terra como quem volta pra casa.

Eu ganho por ver na angústia de pessoas que mal conheço, e aprendo a amar, o que eu acredito. Eu ganho porque vejo o que amo nas pessoas em que acredito. Eu ganho porque admiro o caminho que eu escolhi. Queira um dia não precisarmos sofrer pra mudar. Há quem tenha Cristo.  Tudo que Eu tenho somos nós.

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