o sol no cafofo!
Rodo cotidiano, Rabiscos voadores...
As anotações mais urgentes e mais tortas pelo tempo!
"Eu sempre espero uma coisa nova de mim, eu sou um frisson de espera - algo está sempre vindo de mim ou fora de mim." C.
1: Segunda fase do golpe: Uma vez executado o golpe, assumiu o vice traidor, Temer, inelegível por decisão do TSE, com a missão de aprovar todas as reformas bizarras contra os trabalhadores, sem prejuízo com a sua impopularidade (não a toa ele tá acelerando a tramitação das reformas e negociou as dívidas dos Estados e Municípios com o INSS). Findada sua missão, Temer cai no finalzinho para dar lugar a um candidato da direita de perfil mais "republicano", tipo um FHC ou Nelson Jobim (via eleições indiretas), a preparar a candidatura dessa coligação de forças a 2018. Lula é preso ou impossibilitado de concorrer ou, ainda, ele vai ceder a algum acordão. Um 2018 com a possível eleição de um presidente da direita que vai pegar o país como quer, sem ter que colocar a cara a tapa pra população (chutaria o Dória aventureiro). Uma das formas de embarreirar a candidatura de Lula ainda está no STF, no julgamento que teve aquela treta master da liminar do Marco Aurelio contra o Renan Calheiros, que depois de cassada, e ainda sim manteve o então presidente da casa legislativa fora da linha de sucessão, a partir de uma interpretação do art. 86, § 1, CF/88. Com um pouquinho de forçação de barra o STF poderia considerar que para os casos da corrida presidencial não poderiam constar réus (diferente dos outros cargos, nos quais incidiria a lei da ficha limpa, exigindo o trânsito em julgado do feito). Nessa hipótese a vacância da presidência tampouco poderia ser ocupada por Maia e Eunício, caso confirmem a condição deles enquanto réus de ações penais, o que colocaria Carmen Lúcia como a mais cotada da linha de sucessão. Isso explicaria um pouco as reuniões secretas que a presidente do STF anda tendo com o PIG (partido da mídia golpista) e com empresários. Essa hipótese também combina com a narrativa de Jucá (o maior spoiler de todos os tempos) que dizia "com o supremo, com tudo" e também de que o Aécio seria o primeiro a ser comida (a sangria necessária para estancar o resto, o boi de piranha).
2. É preciso levar em consideração que há também uma disputa para além do poder interno do país, mas claramente interesses do capital estrangeiro, que, ao desestabilizar a economia nacional, encontra maiores possibilidades de saquear o país e submetê-lo a colonialidade de sempre, auxiliando o movimento de superação da crise em escala global. Lembrem que até bem pouco tempo o Brasil despontava como 7º economia mundial, além de ainda ser um dos países de maior influência da região. Não esqueçamos que magistrados e procuradores de Curitiba (foro das ilegalidades processuais) foram treinados por instituições norte-americanas, conforme documentos divulgados pelo WikiLeaks. É preciso ser justo e dizer que há idealistas, bem intencionados no MPF, mas que se mobilizam também as cegas de questões políticas em razão de uma péssima formação de carreira (que privilegia a técnica e forma procuradores bitolados), além de uma enorme vaidade e corporativismo que pretende dar centralidade a instituição. O judiciário em si não está ileso, se aproveita para crescer no vácuo do poder, na desconfiança nos políticos, no fetiche constitucional. Também é preciso perceber que não é toda a direita que está de acordo com uma movimentação de pesada interferência estrangeira e do judiciário como essa, pois desarticula pactos já realizados e muda a regra do jogo da qual todos participam, podendo jogar estilhaços para todos os lados. Algumas figuras da direita preferem uma tática mais estabilizadora, numa reconfiguração do pacto nacional nos modos liberais, de forma, digamos, mais republicana, ainda que tenham se aproveitado de exceções. Esses podem ser mediadores com o capital estrangeiro, mas talvez eles prefiram mesmo um bucha e há um perigo brutal que essas forças ocultas encontrem no Bolsonaro essa figura.
3; A ação que debate a antecipação das eleições voltou a andar antes desse vazamento das acusações de Joesley, nada é coincidência por aqui. Pode ser que eles queiram eleições antes do fim da lava-jato também ou que as peças nos tabuleiros estão se movendo e é preciso calma para ler a correlação de forças.
4. A esquerda tem chances de aproveitar esse movimento? Essa é uma dúvida cruel. Até agora parece que tudo tem sido muito articulado e as tentativas da esquerda foram engessadas. A greve geral foi um alento a todos nós, ainda é possível mobilizar as bases. Mas mobilizá-la para o que? É importante decifrar alguns pontos desse bordado, para não cairmos em armadilhas." Cissa
"Anna Cláudia reforça: 'As crianças não se excitam. A experiência é exclusivamente sensorial. O problema está no olhar do adulto para a sexualidade infantil. O adulto erotiza e enxerga coisa que não tem'." Texto na íntegra: _____________________________
MASTURBAÇÃO INFANTIL: COMO LIDAR COM A DESCOBERTA DOS ÓRGÃOS SEXUAIS PELAS CRIANÇAS?
“Mamãe, tenho que te contar um segredo: mexe lá na perereca para você ver o tanto que é gostoso”. A frase é de uma menina de 5 anos. A mãe, que não será identificada, conta que achou engraçada a ingenuidade da filha. A solução que encontrou foi orientá-la a ter cuidado para não se machucar já que, por ter a pele sensível, a garotinha ainda usa pomada contra assadura. A dificuldade do adulto em lidar com cenas da masturbação infantil ou atos de interesse nos genitais de outras crianças está marcada pela carga cultural que envolve a sexualidade. “O prazer do adulto está além do físico, a excitação passa pela fantasia. Para a criança, é apenas uma experiência sensorial: ela descobriu que é gostoso e vai repetir”, explica a psicóloga e doutoranda em educação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Anna Cláudia Eutrópio B. d’Andrea.
Ainda assim, não é raro que os pais se assustem quando confrontados com a questão. Muitos podem relutar em admitir o que estão presenciando, talvez por não se lembrarem de situações semelhantes já vividas no passado. Mas um teste rápido é capaz de comprovar que o interesse pelos genitais não é fato isolado. Experimente perguntar às pessoas ao seu lado se elas se lembram de algum episódio durante a infância de brincadeiras sexuais consigo mesmas ou com pessoas próximas. No teste da repórter na redação, dois episódios logo surgiram.
No primeiro, um estudante de 7 anos que encontrou dois coleguinhas sem calças na hora do recreio e chamou a professora imediatamente. Não porque intuiu alguma “coisa errada”, mas por que queria brincar naquele lugar. No segundo, uma filha avisou ao pai que assistia à televisão: “vou ali no quartinho e não quero que você entre lá”. Obviamente ele foi atrás e encontrou a filha pelada em cima do irmão mais velho, também uma criança sem roupas.
Psicóloga, professora da PUC Minas e coordenadora da educação infantil da escola Balão Vermelho, em Belo Horizonte, Adriana Monteiro reforça a importância de o tema ser compreendido como uma curiosidade natural da criança. “É uma forma de exploração corporal como colocar a mão na boca, a semente do feijão no ouvido ou morder o coleguinha para poder conhecer o corpo do outro. Quando descobre os órgãos genitais, a criança vai sentir prazer na descoberta e insistir no comportamento”, salienta. Para Adriana, uma das grandes dificuldades está no fato de as escolas não saberem lidar com o tema e terem uma abordagem mais moralista.
Abordagem
Pesquisadora em educação em sexualidade, Anna Cláudia observa que a menina de 5 anos já compreende que o “mexer na perereca” é da intimidade quando usa a palavra segredo para contar à mãe sua descoberta. Nesses casos, fica mais fácil ajudar os pequenos a compreenderem que o toque nos órgãos sexuais não é para ser praticado na frente das pessoas. Mas e quando é uma criança de 2 anos? Apesar de existirem marcos do desenvolvimento infantil, os pais precisam sempre lembrar que cada criança é única e tem o seu tempo para descobrir e entender o mundo ao seu redor. Considerando esse aspecto, Adriana Monteiro afirma que nessa idade é raro a masturbação ser um hábito frequente que necessite uma intervenção. “O que a gente faz é chamar a atenção da criança para outra ação sem repreendê-la”, diz.
Para Anna Cláudia, os adultos educam sexualmente não só com o que eles falam, mas também com o que não é dito. “A criança é uma esponja e percebe mais coisas do que o adulto consegue notar que ela percebe”, lembra. Ela recomenda – nos casos de a masturbação acontecer em público – que os pais façam a interdição em particular. “Se é da intimidade, a abordagem tem que ser de forma íntima, senão, o adulto estará transmitindo uma mensagem paradoxal”, pontua. Uma dica importante é usar o adulto como um espelho para ajudar a criança a compreender a orientação. “Você vê o seu pai fazendo isso na frente das pessoas?”, pode ser uma comparação a ser utilizada.
Prevenção
O que esses meninos e meninas precisam entender é que o pênis e a vulva são partes do corpo para serem lidados quando eles estiverem sozinhos. Esse recado ajuda as crianças a irem percebendo que o corpo é exclusividade delas. Dessa forma, os pais estão trabalhando, inclusive, a prevenção. Anna Cláudia reforça: “As crianças não se excitam. A experiência é exclusivamente sensorial. O problema está no olhar do adulto para a sexualidade infantil. O adulto erotiza e enxerga coisa que não tem”.
Insistência
É consenso entre especialistas que bater, xingar, reprimir não é o caminho para tratar a masturbação na infância, mesmo se o comportamento for insistente. Adriana Monteiro diz que a criança não entende que, moralmente, o comportamento em público não é bem aceito. “Em ambiente privado, os pais precisam dizer que é algo para se fazer quando estiver sozinho, no banheiro ou no quarto. O que o adulto precisa fazer é dar a noção da intimidade. Se a criança insiste, a conversa precisa se repetir”, sugere.
O artifício que a educadora utiliza na escola é chamar a criança em ambiente privado, reconhecer a vontade que ela tem em repetir o ato e fazer um combinado: “todas as vezes que você fizer esse tipo de brincadeira vou te ajudar a lembrar de outras brincadeiras”. Adriana diz que crianças de 3 e 4 anos conseguem manter o acordo.
“Os adultos educam sexualmente não só com o que eles falam, mas também com o que não é dito” – Anna Cláudia Eutrópio B. d´Andrea, doutoranda em educação em sexualidade da UFMG
Excesso
“O que difere a normalidade da patologia não é a qualidade, é a intensidade. Todo mundo sente as mesmas coisas, mas a patologia está no excesso”, afirma a psicóloga Anna Cláudia. Para ela, o que os pais precisam observar é em que situação a masturbação acontece. Novamente ela insiste: “A primeira tarefa é olhar sem julgamento. Acontece antes ou depois do quê? Como está o estado emocional da criança?”, sugere. Para Adriana Monteiro, o exagerado “é só querer fazer isso e nada mais. A criança pode até desviar a atenção para outra coisa, mas retorna à masturbação”. Nesses casos, a família deve procurar um atendimento especializado.
Questões de gênero
Outra questão que envolve a masturbação infantil é a diferença da abordagem para meninos e meninas. Para Anna Cláudia, a família costuma enxergar a masturbação do garoto como uma experiência de maturidade. No caso das garotas, muitas vezes o acesso ao próprio corpo é negado. “A educação sexual da menina ainda está focada na função de dar prazer ao homem e não no prazer dela mesma”, afirma. A especialista diz que já passou da hora de as famílias educarem os meninos para respeitar o corpo das meninas.
Adolescência
Para os adultos que já são pais e mães de adolescentes, o desafio da educação sexual é a família se abrir para conversar sobre as emoções dos filhos e filhas. “Discutir sexualidade não significa falar de gravidez e camisinha. Os pais focam no discurso preventivo e não acolhem as experiências que estão no nível das relações. Meninos e meninas querem falar de afeto, ciúme, machismo, padrão estético de beleza. Começar uma conversa com camisinha não vai dar liga. Não é disso que eles querem falar, não é isso que os inquieta”, afirma a psicóloga Anna Cláudia.
Uma sugestão que a especialista recomenda aos pais de adolescentes é o Manual de Educação em Sexualidade da Unesco, ‘Cá entre nós: Guia de Educação Integral em Sexualidade Entre Jovens’. Para acessá-lo, clique aqui.
Livros podem auxiliar pais
A psicóloga Anna Cláudia Eutrópio B. d’Andrea indica alguns livros infantis que abordam os três temas de maior curiosidade da criança: as diferenças dos corpos de meninos e meninas, como o bebê entra e como o bebê sai.
Os pais devem se atentar para a habilidade de leitura e do desenvolvimento da criança. A dica principal é: responda na medida dos interesses deles. A leitura é recomendada para crianças entre 7 e 8 anos.
“Mamãe, como eu nasci?”, de Marcos Ribeiro, aborda o tema da masturbação infantil e é um livro com maior volume de textos. Em linguagem infantil e com ilustrações que auxiliam o entendimento dos pequenos, explica a diferença entre os corpos masculino e feminino, como acontece a relação sexual, o que é gravidez e até os tipos de parto.
De Thierry Lenain e ilustrações de Delphine Durand, o trio “Ceci quer ter um bebê”, “Os beijinhos de Ceci” e “Ceci tem pipi?” aborda os três grandes temas de curiosidade das crianças, mas desconstrói os estereótipos de gêneros. Em “Ceci tem pipi?”, Max se vê diante de um dilema: se Ceci não tem pipi, como ela pode ser tão forte?
De Babette Cole, “Mamãe nunca me contou” aborda temas que despertam a curiosidade das crianças, mas que as respostas demoram a chegar. Em “Mamãe botou um ovo”, os pais são confrontados pelos próprios filhos nas metáforas que usam para explicar de onde vem o bebê: “Nós achamos que vocês não sabem como os bebês são feitos de verdade. Então, vamos fazer uns desenhos pra mostrar como é”. A frase é proferida pelo casal de irmãos que dá uma “aula de sexo” para o pai e a mãe.