domingo, 7 de setembro de 2014

O Rio de Janeiro começou no morro!

A cidade do Rio começou no morro.

Vídeo: "Um rolé pela História das Favelas em 8 músicas Parte II Análise da música 1 Batuque na cozinha"


A cidade do Rio no século XVI eram 4 pontinhos de gente, cada um em um morro: Morro da Conceição (onde tinha primeiro uma fortaleza militar e depois uma prisão eclesiástica), Morro de São Bento (tinha mosteiro, por isso sobreviveu) e mais dois morros eliminados da paisagem. Não tinha militar, não tinha religioso, só tinha pobre. Foram tirados da paisagem do Rio por isso. Um deles é O Morro do Castelo, onde o Rio foi fundado. Esse foi arrasado pra virar aterro (já era habitado pelos pobres, mal visto, então, já se enquadrava no que hoje chamam favela). Já em 1871 as pessoas tinham medo de subir lá. Porque antes da favela existia o cortiço.

Favela é o nome de uma árvore. (...) Que é perfeita pra simbolizar a favela (...).
A favela ganhou esse nome com origem em um dos maiores massacres da história do Brasil. (...) Foram 4 expedições até que 5 mil soldados ficaram diante de 4 combatentes que foram devidamente eliminados.

O nome "favela" surgiu daí! Era o morro onde os soldados acampavam diante do Arraial de Canudos. Foi de lá que eles desfecharam a ofensiva fatal com as armas mais potentes da época que eram os canhões *. Esses soldados voltaram para a capital, que era o Rio de Janeiro e, pra variar, o governo deu o cano neles. Disse que não podia pagar no momento. E eles disseram "mas como? A gente não tem nem onde ficar. Vcs vão pagar um hotel?". Responderam: "Então! Não. Sobe esse morro aí. Esse tal de Morro da Providência e bota as barracas de vocês aí em cima e fica esperando até a gente pagar". Os soldados foram lá pra cima e montaram as barracas. De barraca virou barraco. O nome Providência não é porque foi providência divina, mas dos humanos. E outras favelas surgiram assim. O Morro de Mangueira também. (...)

Engraçado, né? Depois o Estado fala "quero retirar as favelas", mas foi o Estado que colocou lá!

Ficou tão famoso e temido que os outros morros adotaram a grife "favela". Antes era só "morro". É de onde vem o samba, por exemplo.

As favelas herdaram o medo que já havia do cortiço. Pode pegar a obra de Aluízio Azevedo, "O Cortiço", que fala do ódio entre a polícia e os moradores do cortiço. Polícia entra metendo o pé no portão. Só a polícia ia lá. Light não ia, nem gás, nem urbanização. As pessoas botavam os nomes que quisessem nas ruas. Até a década de 80 não constava nos mapas da cidade. E foi a solução para habitação. Apenas morava lá os trabalhadores, que faziam a cidade se movimentar. Eles davam um jeito de sobreviver, mal pagos que eram.
Favela era o lugar de gente suja, violenta, promíscuo, festa o tempo todo, cachaça. (...) Um conde dizia que em 90 anos íamos acabar. (...)

Falar de favela é falar de questão racial desde o início. Pode falar morador de comunidade, favela, comunidade carente. Na prática, falar em favela é pensar em preto e pobre.

(...) Logo a primeira loura que meu primo encontrou não podia ser "favelada". Aliás, esse é um termo que eu odeio. Porque é adjetivação. Porque ele é favelado, então é asfaltado? Já ouviram falar isso? A gente falar negão e não brancão. Estereótipo que diz que o negro é marcado pelo excesso de força, que é um animal, que ele não tem a plena racionalidade e nem mesmo religião. Porque a religião dele é fetichista e irracional. Marcada só pela ideia de mágica. Ele não pode entender a ideia de Deus.

Primeira Música: Batuque na Cozinha (de João da Baiana)
(...)
A Primeira República tinha ódio do candomblé, da capoeira, do samba. Pandeiro rasgado pela polícia. João não era bobo. Faz música tinhosa que parece um jongo em que vc fala uma coisa querendo dizer outra. Antes do sambista ser malandro, o jongueiro já era malandro no tempo da escravidão.
Batuque é um termo do século XVIII. Uma cerimonia d candomblé com samba. Gregório de Mattos , furioso, fala q os brancos já iam no batuque no século XVIII.  O mesmo que mandava proibir o batuque.

(...) A palavra samba não aparece.
Cozinha era lugar de encontro numa casa de cômodos, casas antigas. Onde antes em cada quarto morava uma família ou homem solteiro. A música é ele conversando com o comissário.
Casa de cômodo era o lugar do medo que o branco tinha do negro. Porque os brancos dormiram mais de anos pensando que se os negros se rebelassem, eles estavam fodidos!

(...) A cozinha é sinônimo de negro. mais quente, desagradável mas também da brincadeira, fofoca, recreação. Tem muita gente. E apelação (confusão, pancadaria, discussão).
(...) É casa de cômodo e tem sinhá? Gingando por um lado com república e pro outro, escravidão. República está tratando a gente como o senhor de escravo tratava antes.
Sinha é república. República não quer batuque.

Não entendo de justiça.
Tem que ver pra saber o que é justiça e não vê.

Teria que começar com a constituição pra depois ir para outras coisas. A gente não começa com constituição e sim com código penal. Porque primeiro tem que prender os animais. Lei da vadiagem: porque o negro só trabalharia se fosse obrigado. Antes era chibata. Pós abolição, na república, se obrigava o homem livre a ficar 18 anos na marinha e era chicoteado como se fosse escravo. Daí a Revolta da Chibata!

O branco quer tudo. Vai na cozinha, quer a cebola, a mulata, a branquinha. O bicho vai pegar, que é esse preto, que vai pegar. Onde é que vai pegar?






terça-feira, 2 de setembro de 2014

Legalizar maconha, aborto





Cartas, movimento das árvores, Passarinhas



Cartas
Das escritas
as cartas
são cantadas.
De cantadas,
desenhadas.
Telefo-nadas.
Aquilo que se embrenha no ouvido
mora lá
montando frases soltas pelas ruas
Vapor
Ouvir falar
amoras, passas, vãos
Ouvir pra si
Amor não passe em vão.
De repente sou triste de sentido
Outra vez sou rápida de ouvido
Não sou pobre
é muito simples o q sinto.
Não é fácil, criança.
Não é certo, não é errado.
É possível, é impossível. É difícil.
Não me contradiga, não me contradigo.
Entorna a tormenta
a ser
pelos Triângulos das Bermudas
DesapareSer.
Caio no Clichê
retinido.
Essa água lava agora meu pincel de cílios
Pinto.

03.09.14 _____________

Vê!
Movimento lento e forte de terra
ginga serena q o vento acelera
A cabeleira avança
Sóis adentro
Mágico
folhas abaixo
Dançar é acabar com a roupa.
Comer o chão
com a boca dos pés
A luz venosa
Me faz corrente
Me faz viçosa
Me deito com areia fina
Com terra grossa
Pouco sono
Muito sonho
Tanta chuva
Tempestade q aqui GRITAAAA
Destrói tudo
PRA MIM É CANTURIA!
Relevo de ouro esse
pássaro q me pousa
Me dá sentido
Eu já tinha
Queria outro.


02.09.14
____________________

Ora me visto sozinha, ora me visto de flora...

Como as passarinhas
Trago gravetos pra casa
Pra morar
Me ornamentar d natureza
De ninho e suas avoadas
Desaparecer
Como uma gata q não gosta
Q a vejam morrer
Voltar inteira
Sem remorso
Mais velha
Remendada
Falando com as vacas
Colhendo coco na volta pra casa
Enfrentar o frio
Pro calor aquecer
Minha alegria
Meu cansaço
Meu amor

Q n falta.
(Na morada
Nem na prática.)


28.08.14

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